julho 04, 2009

O que mata

O que mata não é o sangue que escorre da carne.
É a ausência do carinho, a solidão do abraço
A angustia e a fragilidade que vive através da saudade
O que mata é a outra ponta da corda, que desenrola sozinha
e vai solta, desprendendo a trama, desfazendo da vida

Ditado sobre o amor

Estava triste. Era dor de amor, de desencontro, de vazio.
Andava sem eira nem beira, procurando não sabia o que.
Qualquer coisa que lhe falasse, acordasse, talvez.
O vento levantava poeira, que batia nos olhos e machucava.
Esfregava a mão contra os olhos fechados, mas a poeira não saia.
Quanto mais apertava e esfregava, mais irritava e ardia.
Tentava abrir e lacrimejavam. Momentaneamente cega
sem saber qual direção tomar, sentou-se na guia da calçada.
Descobriu que sem poder enxergar, podia não se culpar da idéia de se livrar das dores que sentia. Ali, parada, ouvindo seus pensamentos, martelando suas lembranças...

“Dizem que morrer de amor é lindo”

De ímpeto levantou-se, apertando ainda mais os olhos que já não viam, jogou seu corpo para frente, correu em direção da sorte pela vida.
Acordou depois de um tempo, e seus olhos ainda não abriam, sentiu o corpo deslizando, mas não sabia pra aonde ia. Seu peito ainda doía daquele amor que sentia.
Foi então que percebeu que o que dizem é mentira.
O corpo é que morre de amor, a alma nunca esvazia.

Instigante... é sobre desvendar o perigo imaginar o gosto  o poder da persuasão ao movimentar o corpo  pulsar, trocar de lado, de ato, sobre...