março 22, 2010

Às vezes

Descendo a escada segurando no corrimão
Avanço degrau por degrau e o que vejo  é diferente do que sinto.
Leio  frases ditas por  personalidades e desconhecidos e, 
leio as minhas próprias, as que escrevo e nem sempre transcrevo. 
Já senti muita ansiedade, que se misturou com tesão, 
que se misturou com carência que se  misturou com medo, 
que se misturou com sonho, que se misturou com fantasias 
que me trouxe de volta, de onde eu comecei a imaginar. 
Já quis culpar, desculpar,  justificar e renegar, perdoar e consolar 
vidas que não  existem  fora da carne.
Tudo que está do lado de dentro fica espremido 
de tanto ar que respiro.
Me pergunto porque me distraio as vezes?
As escadas são intermináveis, ora degraus largos, altos, 
ora estreitos e baixos, de modo que o passo fica  instável, 
o ritmo sem  compasso, é quase como um desafio,
um fôlego, uma proposta. Ir e não chegar. 
Hoje em especial  esgotei minha coragem, 
corri tanto e agora me sinto exausta.
Não devia ter falado enquanto caminhava. 
Vou então, guardar dos dias que me restam 
a sensatez daqueles que escrevem o 
que nos cabem tão bem 


"Haja hoje para tanto ontem"
Paulo Leminsk

Instigante... é sobre desvendar o perigo imaginar o gosto  o poder da persuasão ao movimentar o corpo  pulsar, trocar de lado, de ato, sobre...