junho 28, 2010

Pela vidraça do quarto

Seria dela. Se não fosse tão dele
círculo onde contém e está contido
são momentos que se procuram
desencontrados
Ela passa semi nua, transparente
pela vidraça de quarto dele.
Ele observa pela cortina
com vontade e receio
Ela passa, ele pensa
O tempo vive nos dias
cresce, mostra as vias
varre poeiras, e vai levando
Ela, talvez não passe mais pela
vidraça, para roubar-lhe o
olhar. Ele talvez jamais descubra
sobre o que verdadeiramente
ela carregava por de trás
das cortinas do seu quarto




Fio da navalha

O inesperado é tão perigoso que quase destrói as estruturas tão racionais e sistematicamente estudadas. Movimentos seguem de resultados e controle de ações, numa previsão matemática impressioanante. De repente, alguém joga um objeto. Algo cortante. Algo que não faz parte do previsto. As mãos se atrapalham, estabanadas tentam segurar sem causar danos. Tarde. Qualquer coisa que fuja ao monótono, programável e previsível modo de entender, é uma navalha.
As navalhas são assim, assustam pelo fio. Finas , de aparência frágil , possuem corte preciso, marcam a pele, sangram a carne. É um perigo que merece sim , atenção, domínio, coragem.
Depois de aprender a manusear, não haverá mas receios em segura-la . Mesmo quando jogada pelo ar na direção de sua mão. O que não se pode ignorar, é que nem tudo é exato.
Aliás, exato é tudo aquilo que não da muitas possibilidades de viver intensamente.
Nos cerca de cuidados , nos protege de perigos e assim , nos rouba prazeres.


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