Emprestei as cores para outra pessoa ver o mundo um pouco mais colorido. Derreti as tintas. No nanquim fiz os traços, tracei os sentidos, escrevi. No pedaço de papel sem pauta, surgiram formas, letras. Aquarela de mundos, segredos, contrastes. Então o colorido quis sentir, viver outros tons, espalhar nuances. O nanquim continua fiel a fina pena de caneta, que escreve sobre cores, nuances, e tons ditados pelos olhos que fitam a paisagem, pela fenda da porta encostada.
O que foi deixado do lado de fora já não tem tanta importância assim. É mais árduo o que está do lado de dentro. Isso sim, é importante.
agosto 01, 2010
Seu cassino, meu circo
Existem algumas coisas que ferem. Normalmente são coisas que não se mostram relevantes, visto do ângulo de quem não as sente. A semântica está onde um gesto não desenha.Está entre o ar que arfa dos pulmões e a expressão do olhar.As vezes vem de uma calmaria, de um raso convite para brincar. É isso. Participantes apenas figuram. Uma coleção de rodadas. Não li a bula dos efeitos colaterais, não tomei a vacina da precaução. Nunca estive num cassino antes. Conheço as regras do circo. Uma brincadeira de picadeiro, que tem ingenuamente a proposta de fazer viver momentos de entrega ao simples de ser feliz, sem aposta. E depois quando quem ganha não leva, quem perdeu faz o que?Existem algumas coisas que ferem. Normalmente são coisas que não tem preço, que não se substitui, que não se apaga.
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