Eu sinto falta do abraço. Sinto falta do calor, mal humor, incoerência, fraqueza. Sinto falta de tudo que não tem em mais ninguém, além de ti. E da mistura que tudo igualmente meu, te reage. Cacos, estilhaços, embrulhados em mentiras que peneiram o que não sabemos transpor. Sinto falta da correção na escrita do português amarrotado que sinto quando escrevo. Ah! Sinto tanto entre muitas coisas, e sempre tem um canto seu. Meu maior disfarce é o silêncio, eu colei isso de você. Parece hilário e adolescente, e é. Maneira mais tranquila e assistida que compreendi para te levar, me levar, nos levar enfim. Estou aprendendo a viver isso, assim. Ou reviver assim, aquilo que depois de poucas malicias trocadas com vida, perdemos a melhor delas. Aquela que transferimos para responsabilidade o que deveria ser, intransferível, apenas sentido, vivido. Dê o nome que quiser, souber ou acreditar ser. Pessoas são pessoas e seus encontros acontecem. Alguns encontros jamais são insignificantes; tanto quanto se perdem diante de ponteiros, calendários. Eles ficam, preenchem, até se acomodam, mas não morrem. Eu só queria dizer que há momentos que escrevo e reservo para ti. Independente do que pense, siga, queira, conteste, fuja ou deseje. São aqueles momentos que me prende na tua alma, talvez inconsciente me furte e, eu respondo assim. Refugiada. Refém. E tão, tão muito mais tua do que antes me tivesse tomado.
O que foi deixado do lado de fora já não tem tanta importância assim. É mais árduo o que está do lado de dentro. Isso sim, é importante.
dezembro 07, 2011
Certas sementes
Olhei meus defeitos. E como foi triste apanhar de mim. Eu vi as culpas que atribui a outros, e quantas vezes, disse sim. Talvez, se dissesse não fosse igualmente ruim. As respostas eram além do sim e do não. Faltava alcance para defini-las. Hoje vejo isso em ti também. E o que sinto sobre o que vejo, ainda é de certa forma angustiante, por que é o seu avesso que deve ser revirado. Apanhei de maneira tal, que rasgou-me o orgulho a navalhadas. Sangrei. Defeitos não tem cura, assim como qualidades não se plantam, mas, entre um e outro há algo de muito especial, respeito. Ele não está no que espera do outro, ele deve estar antes, no nosso avesso.
Breguice
Hoje pela manhã enquanto tomava meu banho, ouvia do som da rua, os carros parados, em fila, aguardando o sinal verde lá de cima da avenida permitir que avançassem; mas devagar, porque me parece que as quartas feiras, todas as pessoas transitam em seu automóveis. Mas, enquanto tomava meu banho, uma música chegava como um sopro. Era a voz rouca do Tim Maia, na canção " Você". Me fez imediatamente pensar na breguice classificada, partilhando um sorriso molhado, sem testemunhas. Lembrei de como é sentir paixão. Cantei baixinho junto ao som daquele carro. Como é maravilhoso quando a gente se desprende de protocolos e diretrizes, que alguém em algum tempo descreveu como deveríamos sentir e nos comportar sobre maneira. Chega a ser engraçado como os muitos ditos sobre a paixão e amor. Cada sentimento igual, contrário, que provoca sofrimento, extasie e assim misturado, ou isolado. Por vezes, não vem; volta. Por vezes nos toma de assalto, durante o dia, ou a noite. Distraídos no carro em transito, no banho...
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Foi no sorriso silencioso, memórias de poucas linhas, que marquei as notas musicais. Na melodia que compus, confessei nossos segredos espa...