junho 15, 2009

Meia Luz

Gosto da meia luz. Das meias e espartilhos.
Gosto do cheiro da noite, da meia taça de vinho.
Do salto alto, da fumaça que sai da piteira
Gosto da curiosidade alheia.
O carmim na boca, as unhas que são garras
Pele clara, que contrasta com cabelos negros
Meu retrato, fotografia que desafia
Ousada, exibida, dada ao desfrute
Fantasia. Morada da imaginação de muitas noites vazias.
Jamais tocara em meu corpo.
Enquanto tuas mãos estiverem ocupadas, tirando o sono
de outra dama, desarrumando outra casa
Gosto da vida vadia, daquela que uma amante guarda.
Gosto da meia luz, não da luz apagada

Calendário

Vivo o tempo do lado inverso. Meu calendário é retrocesso.
Quero chegar novamente naquele dia em que te vi pela primeira vez.
Quero sentir outra vez a doçura e o encanto, iguais a perversidade e o amargo.
Passar algumas horas em voce, de forma tal, que minha sorte seja morrer ali

Vou repassar o passado, correr os dias ao contrário, e me livrar do que não pude esquecer. Teu sentidos ainda cercam minha presença.
Lembrança ingênua de te querer bem.


Não se preocupe querido, o tempo não é senhor nem escravo.
Os dias do teu calendário seguem e, distantes dos meus.
Talvez, apenas reste uma fotografia, guardada ou esquecida
Que fale sobre voce e eu...

Instigante... é sobre desvendar o perigo imaginar o gosto  o poder da persuasão ao movimentar o corpo  pulsar, trocar de lado, de ato, sobre...