abril 30, 2010

Não serei

Não serei mais tua. Nem linda, nem crua
Não serei a menina , nem a mulher
Não serei criança, nem esperança
Não serei intenção, nem condição
Não serei dia, nem a noite
Não serei razão, nem emoção
Não serei o erro, nem o acerto
Não serei o ego, nem o movimento
Não serei saudade, nem a lembrança
Não serei os lençois da cama
Não serei magia, nem fadiga
Não serei armadilha.
Não serei pedaços , estilhaços,
mordaças, forquilhas
Não serei sorte, não serei o acaso.
Não serei mais tua.
Nem boba, nem toda , nem nua
Não serei a mesma, não serei mais uma.





Carrossel

Que gosto tem seu cheiro quando descola da minha pele
Que cheiro tem meu gosto depois da tua língua
Única em mim, áspera. A lua redonda brilha e convida
Um café amargo. Uma música , um jeito de te chamar
assim, lindo. Meu bem querer. Meu pensamento tem teu nome
O calor do teu abraço, o pulsar da tua voz no meu ouvido
Traição da mão que vai. Sente meu peso na tua carne
Condena-me pelo olhar.
Sente a minha respiração na tua lembrança
Agora vai... Insinua e mente. Tente.
Não repetir essa ausência.Tente







Só hiato

Te vejo por trás das cortinas, das vias,
dos olhos da retina
Suas armadilhas, perigo iminente,
e inconsequente
o reverso do espelho,
que vai se encher de saudade
vontade que não se junta em pensamento
Seus cuidados, meus cuidados ,
desculpas da razão
Entre sons, desfia-se um silêncio bruto,
Afiado.Distante.
Sem consoante. Só Hiatos.
O cigarro queima no cinzeiro
O copo, o corpo,
se esvaziam aos poucos



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