Desfazer. Tirar as algemas. Dizer sem precisar pensar. Parar de fazer disso uma estratégia. Apenas deixar que os dias sejam claros e as noites, talvez, se não forem suas de fato, que sejam sem culpa em pensamentos teus, meus. Pensei esses dias, que passei a compreender algumas coisas que sempre disseram e que para mim era tão fora da lógica. E descobri que muitas vezes, criamos uma lógica para justificar e confortar as próprias adversidades internas. Não, não é nada em especial, e só o conjunto. Gosto de sentir, ainda que proibido. Porque para desejar não há limite e às vezes, nem lógica, senso ou nexo. Nós é que definimos, quando sabemos. E até onde eu sei, pensar não machuca, não constrange, coibi, pressiona ou muda alguma coisa. Ainda sou livre diante do silêncio, e das vezes todas onde quem sabe, fui culpada, era por uma razão só. O querer. Que transbordou da minha raiz, pelos poros, olhar, e garganta, consumidos em palavras.
O que foi deixado do lado de fora já não tem tanta importância assim. É mais árduo o que está do lado de dentro. Isso sim, é importante.
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