janeiro 29, 2012

Silêncio

Era o teu olhar. Descompassou o meu. Seguido daquele silêncio que faz caber quase tudo num instante. Eu achei tão lindo. Depois vi o sorriso que fez meus lábios tremerem. E outra vez o silêncio. Senti o calor da tua pele colando na minha, a pressão das tuas mãos determinando sobre as minhas, e o silêncio também. Senti o teu gosto, teu gozo, teu infinito em mim, tudo, no silêncio outra vez. E o silêncio hoje é apenas o silêncio. A loucura do vazio, a insensatez do tudo. O silencio está hoje sem você.  Buscando os sons que nos faltam.

Aflição

Ainda em desespero de livrar-se da vontade, do pensamento que persegue o que já não alcança mais. Aliás, não se alcançou jamais. Sentiu ardendo nas veias, na secura da boca, no envolvimento, na fantasia do momento e só. Abre e fecha os olhos. Inspira e expira, às vezes transpira. Não arrasta nem atravessa, fica. Pede em nome de qualquer força que seja maior que a ausência, que supra o  peso do orgulho e finalmente desfaça esse desespero de querer não querer.

Instigante... é sobre desvendar o perigo imaginar o gosto  o poder da persuasão ao movimentar o corpo  pulsar, trocar de lado, de ato, sobre...