Não foi uma única vez. Mas também não foram muitas outras. Foram vezes o bastante para que pudesse desejar e o suficiente para não esquecer. Vezes em que transpirei no olhar, salivei pelos poros e guardei. Recordo sussuros em barítono nos meus ouvidos, e da reação instantanêa do arrepio na minha pele. Tua pele, na minha pele. Teu arrepio em mim.
Se fosse descrever a sensação da língua provando o gosto do gosto de ter, nas extremidades de cada meio, no meio de cada vão, e dentro de cada vez em que passeamos em nós, talvez, definisse algo como o silêncio imenso, seguido de um profundo e longo suspiro da pele ao arrepiar.
Há dias em que o bastante e o suficiente ficam tão estreitos, que deliciosamente, se tornariam em uma outra vez.