De repente sua mão segurou a minha e com a força do movimento me puxou para ir. Eu nem sabia direito pra onde , mas não quis nem tentar resistir. Era a sua mão, era voce me levando. Tinha tanta vontade de estar com voce que pouco importava o lugar. Seus passos foram ficando largos e eu tive quase que correr para te acompanhar. De vez em quando voce virava o rosto para trás e tinha um sorriso leve. Seus olhos fitavam os meus e eu via neles o reflexo de nós. Então voce fazia um movimento com a cabeça como que dizendo, falta pouco para chegar. Até que ao alcançar o alto daquela rua eu vi. Um enorme tapete verde, com nuances douradas do sol que pintava em fios de ouro, a grama macia. Nossa respiração era ofegante. Nos olhamos, nos beijamos demoradamente, nos abraçamos. E, nesse abraço nos tomamos por nós. Infinitamente entrelaçados, enroscados e entregues, feito crianças, rolamos pelo macio verdejante solo. Assim, desejo ingenuo. Saudade de viver menina, ter voce menino, livre. Amanhã é sempre o depois. Eu tenho saudade do agora.
O que foi deixado do lado de fora já não tem tanta importância assim. É mais árduo o que está do lado de dentro. Isso sim, é importante.
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