março 27, 2010

Ritmo da Sombra

Sombra que dança na parede
Enquanto toca a música
milhões de pensamentos invadem 
seu ritimo, o movimento  leve 
define por onde caminha
instigantes são as curvas de uma silhueta
que se imagina  trazendo  
um  alguem que está  longe , muito longe 
alguém  que  talvez não saiba o porque sente
nem quem é que lhe chama
Sombras dificilmente se transformam
E assim , toda vez que a música toca
os pensamentos vão buscar...

Ao contrário

O simples deveria ser  singular
Nada de eliminar  possíveis enganos
Deixar o  perigo evidenciar o desejo
porque palavras ditas condenam
E podem arranhar  sensações
Não  deixe que o tempo  seja tépido
Já há  muito o que manter do lado de dentro
Pelo  vidro, próximo, movimentando uma vela
se vê duas pessoas em lado opostos
mas, luzes desse  jogo, de perto,  
mostram apenas meia imagem. Aguda e  frágil.
Enquanto durar  chama,sentimentos 
serão incógnitas da exatidão
Reações sobre eles, maneira complexa
de descobrir o que deveria apenas ser 
singular, simples , único de se viver

Chuva

Se a chuva cair forte
e escorrer pelo corpo
penetrar  pelos poros, vai
lavar a  alma dos pecados de pensar e sentir
talvez, generosamente deixar de castigar
sobra pela carne apenas as marcas,
despudores contidos e o coração que se derrete
pela chama que queima e, queima sem parar.
Contar os dias nos dedos
nada a fazer, senão deixar que passem
não há reprise.
As vezes, preces pela insensatez deveriam ser atendidas
Ter o prazer da sandice livre
Perder as chaves , cadeados
não reconstruir, mas não destruir
se a chuva não  molhar assim ,
é certo que lágrimas tocarão
Uma represa , um rio , um mar
um ano  inteiro , uma sala de estar
um livro, um disco, um minuto
um, qualquer uma coisa, coisa que faça
que exista, que valha, uma noite , um dia
depois vai  correr o tempo inteiro
para lembrar, fugir,  chover...



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