e escorrer pelo corpo
penetrar pelos poros, vai
lavar a alma dos pecados de pensar e sentir
talvez, generosamente deixar de castigar
sobra pela carne apenas as marcas,
despudores contidos e o coração que se derrete
pela chama que queima e, queima sem parar.
Contar os dias nos dedos
nada a fazer, senão deixar que passem
não há reprise.
As vezes, preces pela insensatez deveriam ser atendidas
Ter o prazer da sandice livre
Perder as chaves , cadeados
não reconstruir, mas não destruir
se a chuva não molhar assim ,
é certo que lágrimas tocarão
Uma represa , um rio , um mar
um ano inteiro , uma sala de estar
um livro, um disco, um minuto
um, qualquer uma coisa, coisa que faça
que exista, que valha, uma noite , um dia
depois vai correr o tempo inteiro
para lembrar, fugir, chover...
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