janeiro 30, 2011

Lindo assim

É como o infinito.  Não se consegue, ter, explicar. Está num resumo de momentos, num piscar de olhos, no arrepio da pele. No largo do sorriso, na fração de segundos, e inversamente na lagrima que brota. É o tudo e o nada, um conjunto  inefável de cores, sentidos. A minha boca, na tua,  é o universo onde me encotro e me perco. Dos meus pecados e penitências, do fio da meada, da palavra que não diz  nada, nada… É o mundo dizendo, traduzindo nas esquinas, nas noites, nas luas prateadas. Correndo ao encontro da poeira que levanta o rastro da paixão, e então,  o horizonte  outra vez. É assim, infinito. É assim, lindo, lindo! É assim que  imagino,  porque  se não vou alcançar, vou querer sabe-lo como cabe a mim, como sinto, desejo e espero. Lindo, assim.olhos azuis

janeiro 26, 2011

Vulcânico

Tem um lado meu que não me foge nunca. Faz todas as curvas e traços dos meus movimentos. Tem um lado meu que não cansa de querer, de buscar mesmo o que longe está. Tem um lado meu que não desanima porque  reconhece que a tristeza é uma adaga, dá a sentença que não desejo  receber. Tem um lado meu que olha com a força de um ímã, e arrasta. Tem um lado meu bruxa, feiticeira, alquimista, mas, tem um lado meu que é seu. Esse que voce esqueceu aqui, comigo, e eu guardo. Tem um lado meu, que em resposta, nega, mas que em emoção sente e continua guardando um tanto de voce.Tem um lado meu que é só seu. O lado de seda, o lado de espinhos, o avesso e o direito dos dias que seus,  roubam os meus, do olhar distante e da voz calada, nas mãos que suam, nos pés que sangram.Tem um lado meu que é seu. Tem um lado meu que é meu porque é teu o meu querer.Tem um lado meu, metade de mim, perguntas de mim, vidraças de mim que é só meu. Não pertence a voce. Tem um lado que é nosso. Adormecido. Vulcânico. 

janeiro 24, 2011

Se pelo menos uma vez…

As vezes me falta ânimo para dizer o que se passa. Há uma certa revolta  em tanto dizer e sempre apenas parecer repetitiva. O curioso  é que quando não repito, parece que fica vazio . Não, não para a mim. Se pelo menos uma  vez, houvesse uma outra carga sobre as coisas, de outro angulo, de outra expectativa, a sua ou a minha talvez , só para variar.Leio os jornais. É só. Tudo me passa tão superficial. Das contas num colar  onde se reza a  novena. Pai nosso… venha  à nós… Só se pede, nada se agradece. Estou enjoada. Umbigos crescem dilacerados, únicos, sem par, não se encontram, não se cabem. Essa maneira de passar reto , batido  meio de se  defender  e ofender aos próximos. Então me pergunto  , e quando  eu me excedo? Ah! Sim, não pode. Se ao menos uma vez  pudesse, imaginar,pensar, com a visão de quem recebe, certamente facilitaria a compreensão. Não, não disse aceitação. Qualquer coisa  pode doer ou aliviar demais. Apenas compreender já é o bastante.  Provoque sua inversa reação. E depois não me diga, jamais me diria mesmo. Mas guarde, o seu para si, pelo menos uma vez.

janeiro 19, 2011

Para saber

E que venham os  desafios. Incessantes  provocações, que ressaltam os medos diante das imagens que os anseios revelam.

E que venham os arrepios, os frios nas extremidades trêmulas,  quando  chegar  a vez e então, não tiver mais como retroagir.

Sim, e que venha tudo que transforma, repagina, recria, reinventa. Porque  bendito seja o momento de viver essas sensações, para que então mais  tarde, possamos  saber da sorte de ter podido reconstruir.

janeiro 14, 2011

Vidraça Aberta

Relacionamento, posse ,amor.
Dos defeitos os efeitos de traição, rancor.

Para amar é preciso ser livre, egoista do outro. 
Seu nome é companheiro. 
Abraço de soneto Beijo de desejo Lembranças da razão. 
Insana, disfarçada de alegria Bebe da água dormida, a mentira , a ilusão. Ninguém é tão perfeito que não viva,sem perdão

janeiro 11, 2011

Detalhes dos Tijolos

Empilhados  formam muros, paredes. Separam os lados, dividem as partes. Provocam inquietude, curiosidade, medo talvez.Mas, criam novos espaços.  Uma construção, uma obra.Quantos fazem, quem participa? Que sustentação tem? Meus tijolos estão  num canto de mim. Se formando em esculturas.

janeiro 05, 2011

Estrada Nova

Seguir, apenas  ir. Sem direção nem sorteio. Apenas ir. Desprendendo  no caminho as amarguras guardadas e colhendo outras  delicias. Uma troca, sem resgate, sem semente. Reparando olhares, lambendo  beijos, abraçando  braços. Sorrindo sorrisos. E continuar indo. Não. Isso não é promiscuo, é  livre. Liberdade de descobrir e saber descobrir. Seguir pelo instinto, pelo feeling, pelo prazer. Ah...!  o prazer. Prazer do gozo que  não precisa ser orgasmico, apenas sexualmente, mas orgasmico no conjunto. Há uma linha cortante, oculta, calada. Ao trocar os passos  criamos oportunidades. E  enfeitamos caminhos, percursos. Agora eu vejo um traço. Um traçado. Estou indo.

janeiro 04, 2011

Não pense

Uma vontade de me deixar levar. Ensurdecer, cegar. Fico assistindo a esse mesmo filme, em reprise e, todas as vezes  faço a mesma  pergunta. É quase uma rotina. Destesto rotinas. Mas por que  essa é diferente? Talvez, porque essa ainda não tenha sofrido  nenhuma fissura. Está na suprema fantasia, no inquietante desejo. Há entre as pontas uma condução que não exige, ou não mostra exigências. Nada se diz, tudo consente. Nada  se aproxima, tudo busca. E busca em tudo aquilo que se aproxima. Na vontade, no medo, na ausência, na presença. Como uma página de livro, que  abrimos  num capitulo qualquer e ali está aquele trecho, escrito especialmente para nós. Não pense que esse pensamento me domina. Não. Ele  apenas me consome quando permito sentir. Gosto muito  da consumação. Ela arde, e isso  faz com que o sangue corra quente, rápido. Sugere. Não, não  pense. Deixe  a cegueira e a surdez te tomar de assalto. Será que assistir o mesmo mesmo filme pode mudar a pergunta, ou a rotina? Eu detesto rotina.

Carretel

Amor.
Descoberta
Conhecimento
Compartilhar
Ceder
Relevar
Manter
Representar
Enjoar
Desgastar
e continuar. Sabe-se lá por qual razão continuar a tentar, tentar, até que o tempo se forme em crosta, uma casca e, já nem tem mais importância. Basta apenas que não tenha que mexer em nada. Que fique como está. O amor perde a temperatura, não reage as mudanças. É homeopático. Às vezes, apático. Conformado e dependente. Quando acaba, deixa  sua marca. Um hematoma na alma. O amor cobra sim. Cobra tudo e com peso de compaixão.




Paixão.
Surpreende
Invade
Domina
Carrega
Provoca
É crua
Intensa
Esgota
Acaba
e deixa um gosto às vezes amargo, outras vezes  de puro mel. A paixão não censura. Ela vive daquilo que a envolve e deixa que naturalmente isso  cresça e fique pelo tempo que quiser morar. A paixão chega morna e ferve, reage e contesta as mudanças.É o remédio e o veneno. Avassaladora e mesmo forte; assim, quando acaba não deixa vestigios. Some. A paixão cobra muito, cobra posse, mas cobra como vaidade.

Neste fio de sentimentos, que escolha temos a não ser sentir? Fino, ele enrosca, enrola, enforca, e nos faz  tropeçar. 
Emaranhados, nos acompanham  pelos dias que tentamos fugir deles.  

janeiro 02, 2011

Vulcão

Minha mão busca repouso. Cansada, quer deitar o calor que guarda  na tua pele e aquecer-te do frio. Proteger-te na palma da imensidão deste céu, dos telhados, becos e vazios. Minha mão tão próxima  ainda não  te alcançou. IMG_0103

Bonita Poesia

Antes eu achava  que poesia era um combinado de palavras bonitas. Ainda acho, coisa  assim. Mas, não sabia que o bonito das palavras que fazem a poesia é além da delicadeza e sua formação, o sentimento que as fazem nascer. Bonito é aquilo que atravessa a retina, cai  na corrente sanguinêa quando a gente ouve e lê. Bonita poesia é a que me cabe, me toca, me ensina , me faz reconhecer. Há os que  escrevem, mas não dizem. E, há os que  de uma só frase, nos oferecem a essência.

Um deserto

As vezes  as palavras engasgam. Se tornam como aqueles enormes emaranhados que rolam com o vento pelo deserto.Era tão bonito tudo que li e meus  pensamentos se encheram de inspiração, mas, quando cheguei aqui, já não estavam mais. Nem me pertenciam. Fiquei um tempo sentada só  rememorizando as coisas que senti, ou que pensei sentir. A gente quase não se enxerga  por dentro. Assusta quando escapa o ar. Não é o final do ano ou início de outro calendário que muda as coisas. Que  bobagem. O que muda é o preenchimento, a perpeção, o desejo. O que muda é desabotoar a carne e olhar com alma. Pena que  não seguimos até o final assim. Não quero a eternidade. Quero só a licença  para interpretar a felicidade. Na verdade queria desaprender o amanhã. Perder esse medo e só criar, sem destoar. Queria que o comum fosse realmente assim, vulgar do ponto de vista a se pensar que comum, é apenas e tão somente desejar, querer, viver momentos capazes de nos  trazer aquelas reaçãoes que envergonhados, escondemos. Sorrir a toa, beijar na boca, olhar e trazer, dar as mãos e andar, parar para respirar, sentir o gosto da lágrima e depois de tudo, ainda quer mais. Eu ainda não tenho certeza que só palavras escaparam do deserto. Aliás, não sei  qual era o deserto, se o de dentro ou de fora de mim. Só sei que eram minhas as palavras, também eram meus os sentidos e os pensamentos, que mesmo achando  perdidos e engasgados que estavam aqui, sentados ao meu lado, acompanhando meu silêncio, criando  meu momento.

Leia- nos

Leia...leia sempre. Leia mais de uma, duas, 6 vezes. Leia com paciência de revelar detalhes, com permissão para que as palavras invadam seu...