janeiro 04, 2011

Não pense

Uma vontade de me deixar levar. Ensurdecer, cegar. Fico assistindo a esse mesmo filme, em reprise e, todas as vezes  faço a mesma  pergunta. É quase uma rotina. Destesto rotinas. Mas por que  essa é diferente? Talvez, porque essa ainda não tenha sofrido  nenhuma fissura. Está na suprema fantasia, no inquietante desejo. Há entre as pontas uma condução que não exige, ou não mostra exigências. Nada se diz, tudo consente. Nada  se aproxima, tudo busca. E busca em tudo aquilo que se aproxima. Na vontade, no medo, na ausência, na presença. Como uma página de livro, que  abrimos  num capitulo qualquer e ali está aquele trecho, escrito especialmente para nós. Não pense que esse pensamento me domina. Não. Ele  apenas me consome quando permito sentir. Gosto muito  da consumação. Ela arde, e isso  faz com que o sangue corra quente, rápido. Sugere. Não, não  pense. Deixe  a cegueira e a surdez te tomar de assalto. Será que assistir o mesmo mesmo filme pode mudar a pergunta, ou a rotina? Eu detesto rotina.

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