Bem me quer...

Compulsivo pensar que atropela, engana, sangra

Negligencia da ação, desvio.

Aos poucos esvai-se de amor, de paixão, de tesão

Dilui-se na dor, o sabor

Deixa morrer, não mata. Ortotanasia

E quando se  percebe já não é mais forte...

Parágrafos

Não. Não sou monossilábica.
Tenho composto
Penso, falo, vivo, linhas, parágrafos.
São intensos, ardem em brasa.
Brinco na extensão.
Desliso em  longas aventuras
Busco altura nas sensações
Troco cumplicidades
Não represento desejos
Não mutilo vontades
Não tenho dono, me comporto

40º

Transpirar...sentir febre ..
Delirio de intenções, confusão de ações.
Reação intensificada de defesa,
Arrepio na pele, frio que seca a saliva
corpo que pede...

outra vez...

quando eu morrer  nos teus pensamentos

quando eu morrer  nos teus dias

permita  que essa distancia viva entre nós

e, quando  eu de alguma  maneira, reviver  em você

qualquer coisa  que intensifique a lembrança meu olhar,

meu pensamento  buscado, e você não puder tocar , não suportar

talvez eu queira morrer outra  vez...

 

 

Encaixe

Era  puro movimento.

Coordenados em braços, pernas

Era o teu suor invadindo minha pele 

Minhas mãos se agarrando no ar

Tuas  mãos se agarrando em mim

Era som do pertencer

Prerrogativa do instante

Consentimento de posse

Eramos loucos, lascivos

Eramos inesquecíveis assim

Cegueira

É a cegueira.
O corte profundo que se sabe,  invisível e visceral.
É o que carrega  na respiração quando oxigena o pensamento, e o pensamento vai  longe. Atravessa as proibições, os silêncios. Quer o mundo nos minutos que te soletro inteiro, devagar.

Veja

Veja.
Sentir é involuntário. Não se cobre por isso, não se esconda  disso.
Eu te amo até  onde alcança minha  lembrança.
Dos desenganos, as  ilusões
Das palavras ao silêncio
Dos dias, intervalos vagos, isolados
corpos, beijos, abraços
distante olhar calado, morrendo aos poucos
vazio, com sede, saudade ...