setembro 20, 2010

Segredo da Retina

Fecho os olhos. Percorro o tempo sem asas. Tenho o silencio como guia. O ritimo é o pulsar. A mão latente que comprime a carne na pele, termômetro do pensamento. A lingua umidece os lábios, calados, apenas brilham entreabertos. No escuro dos sentidos, nenhum feiche de luz, nenhuma sombra, nada. Imensidão. Composição que faz transpirar, excita. Misto de medo e ansiedade. Puramente prazer.Um cálice. Um cigarro. Livre. Dentro, quente. Minha alma absolve o corpo dos pecados. E confesso, gosto do desejo. Imaginar é sedutor...

Desvendando olhar

Parei um instante de te olhar com meus olhos de paixão e fui te buscar cru. Que triste fiquei. Eu te desenhei tão diferente. E te via assim, em cada centimentro de saudade, em cada milimetro de querer. Acho que evitava falar de qualquer outra coisa para não desviar o olhar, manter o sabor. Seu brilho foi ofuscando.Fui perdendo o paladar de ti. Eu queria encontrar tanta vontade de vida, não a minha, mas vontade de voce mesmo. Fui ficando cada vez mais triste. Monótona, indiferente, igual. Num desanimo de conquistar.Eu, voce, o mundo. Corri os olhos naquela fotografia e não identifiquei mais voce, mesmo num esforço desesperado de ver, não vi. Me olhei no espelho imediatemente e lá estava eu. Pensei, eu jamais sai ou me desencontrei. Percebi que estive insaciavelmente devotando meu calor num iceberg. E, depois de tirar as fantasias que coloriam tudo, veio o cinza. Fiquei triste. Não porque eu deixaria de te sonhar, mas por saber que voce não não é capaz de saber de si próprio. Não queria que voce me quisesse por que eu te queria. Minha sede era outra. Queria que voce se quisesse.E quisesse ainda mais, quando me abraçasse, molhasse minha boca ou pudesse rir das bobagens que eu lhe dizia, depois descansar seu corpo no meu.Queria te fazer mais e maior em voce. Fiquei triste, por descobrir que não por mim, mas por seu próprio deserto, descolori.

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