fevereiro 28, 2010

Muito prazer

Viver á sombra e, de migalhas nunca foi prazeroso
Mas, se caminha sempre atrás  dificilmente sairá da sombra
E se não demonstra tua vontade, só te sobrarão as migalhas
Deixe que  o pensamento possa conquistar e não lamentar
Antes de olhar  minunciosamente outro alguém 
Conheça seus  próprios detalhes, seus limites
É único  o momento de se desvendar
Os dias de chuva não fazem sombra 
E o resto, as migalhas podem ser pedaços inteiros
Muito  prazer, 
Sua imaginção

fevereiro 27, 2010

Minhas metades


 As metades são partes inteiras do melhor que se busca encontrar
A melhor metade do inteiro é aquela que deixa sua marca
A metade soma e renova.
Minha metade tem formas quebradas, pontas nem sempre lapidadas
Encaixe não padronizado, modelo  limitado.
Minha metade abusa, retorce, maltrata, balança, dança, solta, vive,
experimenta, expandi , guarda, define, modela, reserva, compõe, 
aguça, provoca, marca, aceita, cede, pede, cala, distancia, ouve,
olha , prende, ama , odeia e tanto mais quanto preciso for  pra descobrir 
qual a metade que falta. E quais as metades que são opostas a perfeição.
Minha melhor metade  tem  defeitos, perfeitos para  suas melhores qualidades
Mas são apenas metades...ainda que as minhas metades

Fantasia

Uma fantasia que me cerca
é que a qualquer momento,
um conto daqueles que a gente lê
Vai me tomar em movimento e
suas palavras serão cenário de um conto invertido.
Um filme de paixão e tesão, onde o amor seja o picante da cena
e não ao contrártio
Quero uma vida de tesão, de paixão, com requintes de amor .
Quero é tornar a sedução uma constante.
O tesão um vicio.
Quero me abraçar no teu sorriso.
Me enroscar na tua voz e deixar que o amor venha
a passo largos, mas contínuos
Quero sentir que o meu olhar quando te fita ,
realmente desequilibra sua base
Quero suar , transpirar e imaginar que será sempre diferente,
nunca igual
Eu sei que nossas igualdades não somam a prosperidade e,
nossas diferenças se tornaram pólos de atração
Reação igual e contrária a nossa sentença de aceitação
E é isso, justamente isso, que me faz querer ganhar
Um dia de cada vez,
tuas mãos, teu olhar, tua boca, teu sorriso e o melhor,
teu pensamento em mim
Porque eu , eu penso e desejo voce

fevereiro 24, 2010

Traição

Princípio contrário do que se pensa ser  certo
E o certo é igual para todos ?
Os  desejos que não coincidem, são  também traição? 
Da vontade ou  da ação?
Não é preciso que seja a vida inteira, 
basta que seja somente num momento.
O que é o corpo antes ou depois da alma?

Quais os pecados que suportamos ?
A carne... é tão pouco se vista fora do gozo.
Quem não pode , não deve , ou  não quer ?
O pecado tem morada em  vidro
Só diamantes  recortam  janelas
Embora sejam inconquistáveis
Se traem pela razão
Se traem pelo olhar
Se traem ao pedir perdão
Se traem ao jurar em vão
Se traem até mesmo quando acreditam pecar







fevereiro 21, 2010

Que voce me diz

Desse deboche no meu andar
que rebola as sombras das pernas  minhas
a te procurar e, que sai largo dos passos meus
quando corre para os seus
desajeitadas por te encontrar


E quando  jogo os braços 
para os teus abraços 
na minha boca, sede da tua língua
Da verdade da tua saliva
que deixa fácil escorregadia
meus enganos em aceitar
qualquer coisa  do teu olhar
qualquer afago do  teu pulsar


Quero mais é ser assim, 
perdida todos os dias,
na tua cama , na tua vida
o comum é pra as outras
que gostam das mentiras vagas
eu gosto e quero mesmo é a verdade
que te prende na minha pele

Se eu pudesse

Se eu pudesse, 
Tirava teu fôlego
Soltava teu chão
Arrancava gemidos
E, perturbava  seus desejos


Se eu pudesse
Te jogava no meu mundo
Te mostrava o escuro
E guiava tuas mãos


Se eu pudesse
Minha boca seria tua
Minhas vértebras, nuas
Voz , calor e paixão
Engolia voce em mim




Se eu pudesse
Tomava seus dias e nos meus
Varria seu tesão pra mim
Molhava , mordia e entregava




Se eu pudesse
Ser de vez em quando
A sua saudade a sua  vontade
A nossa melhor parte
O segredo  de sentir




Se eu pudesse

fevereiro 19, 2010

Donos da maré

Pressinto quando me rondas.
Isso não significa que vá ceder
Isso não significa que vai me querer
Eu sei. Mas sei que não te afastas
Ouvi de manhã no rádio, aquela musica que era minha
Ouvi  voltando pra casa , aquela musica que era tua
Voce de certa maneira sempre esteve.
De todas as maneiras, voce sempre esteve.
E o mais interessante é que sabemos que nos pertencemos e, isso basta.
Voce não me tem,  eu não te vejo
Voce não me afaga, eu  não te lamento
Voce não me divide, eu  não te desdenho
Voce não me castiga, eu não te obedeço
E assim vamos nos completando e nos envolvendo
Voce certo de que sou tua
Eu certa de que  é meu
Sem sombra de dúvidas, somos voce e eu
Fechados  e isolados no mundo de  braços e abraços, que se encontram na tua cama, que se fecham em minhas pernas .

fevereiro 17, 2010

Desvenciliar


Não consigo desvenciliar .
Quando a chuva cai e o vento acompanha forte
Girando em volta, molhando com chicotadas a pele
É na sua língua que a lembrança me trai
No úmido da tua boca, que me contorna e tortura
Deixa que escorra a voz com cuidado, pelos  gemidos
Entre sussurros esquecidos, ecoam no mesmo vento
Depois vem aquela calmaria, languidez
Olhar estremecido e saciado, chicoteado por rajadas
Sempre que chove assim,  me abraço forte como posso
Sei que tempestades destroem,
mas são desejadas muitas vezes
Ardentemente como dias quentes,
de sol  que castiga

fevereiro 16, 2010

As folhas de outono


São os dias que se mostram  outonos, arrastando folhas secas pelo chão
É o céu  da cor dos teus olhos e a brisa com teu perfume que chega até mim
É aquela inclinada de cabeça como quem consente o que pensou e, sorri a toa, por sentir
Só de pensar já está próximo 
Te trazer pra mim é fácil. Até me distraio por  horas. Mas, não me acompanha sempre.
Então fico assim, solta, perdida.
Porque não me toma pela mão e leva..
Simplesmente leva...
Não diga  nada...
Porque não planejei nada...
E quando o outono terminar.. deixe as folhas,
elas saberão  o caminho pra voltar



fevereiro 15, 2010

Código dos dias

É assim. Anonimato.
Casual maneira de chegar, dizer , entrar, fazer, mexer, revirar.
Quem sabe nessas letras um código se manifesta e, quem lê as palavras mal descobre a fala.
Uma deixa, um momento comum. Talvez a mesma história contada em atos mutilados, espera pra  se mostrar completa, colando os mesmos cacos. 
Para os teatros mostra-se o palco, aos personagens, o texto, e para os outros?
Há vários reflexos entre os vidros, espelhos e, sombras, que  atrás das esquinas, mostram sorrisos.
O que fica dentro da lembrança é só o desejo,e  as vezes muito mais covarde.
E assim, todos os dias se permitem anoitecer.

Discreto abandono

Queria aquele rompante. 
Aquele que chega e,  sem mais e desmonta.
Hoje eu seria assim. Sem rodeios.
Desagregada de pudores, solta  e independente de mim e de todos.
Hoje , seria aquele dia , como se um cordão de isolamento  afastasse o mundo  de mim
Tudo que resta é o que escolhi  pra ter.
Sem limites. Não quero saber o nome , nem o porque.
Não quero que prometa, nem  conte de voce 
Não quero que me trate como se fosse jamais esquecer.
Quero apenas aquilo que ninguém se prende.
Não planejo cenas de um  amor degradante, num futuro insólito
Quero mesmo  é viver.
Que os momentos sejam  completos
A vida  está por um fio.
E o que mais esperamos?
Na mão, guardo um punhado de vento que colhi quando passeava em outros pensamentos .
E não querendo  magoar,  tenho que aperta bem os dedos, pois todos os dias escapa um pouco de alguém.
E não é uma fuga vinda.. Sou eu que me afasto, tão lentamente quanto os dias que se arrastam. por nós.

fevereiro 13, 2010

Mais do que um arranhão

Um arranhão. Todos os poros são penetrados e marcados.
Uma nota musical, Um som que movimenta os sentidos
As marcas das mãos agarradas na pintura antiga, daquele lugar fétido
Já nem parecia tão ruim assim. Olhava para seu corpo e tudo a sua volta
Todas as cores que conhecia, as nuances também. Todas as sombras.
Esperar o que provavelmente jamais chegaria, mas, ainda assim esperar.
O dia trás algum conforto , mas a noite é cruel. Ela congela o sangue, imobiliza  a razão.
Não se deve adormecer, é preciso  vigilância  constante. É o limite da escolha.
Não eram apenas o tempo e os adversários comuns. Estava além. Era o tempo  e o desconhecido.
Talvez depois do vidro riscado da janela e porta, lá fora entre as árvores com folhas secas e tronco vergados,com  suas raízes emergindo pelo solo sem rumo, toque outra vez aquela música, e um arranhão desapareça.

fevereiro 10, 2010

Plantio

Se não puder ser inteiro que seja imenso
Se não puder ser intenso que seja forte
Se não puder ser incio que seja sempre
Se não puder mais existir, que seja uma lembrança
Contínua.Presente.Delirante.
Igual há todos os dias onde havia absoluta ausência de vazio.
No verso de uma fotografia, calada , palavras que não dizem nada
Momentos que não vão se perder.
Se não puder mais... que seja único

Baile de Máscaras

 Máscara , porção de magia e sedução.
 Os singulares poemas de lamina fina, 
cortam a demência do tempo e vêm destoar em meus ouvidos, 
num convite sórdido, de desejo intenso.
Já  não é preciso perguntar seu nome.
Não há engano.
A música segue pelo salão
 e o baile vai até depois dos jardins...



"Quem é você, diga logo 

Que eu quero saber o seu jogo 
Que eu quero morrer no seu bloco 
Que eu quero me arder no seu fogo "


fevereiro 09, 2010

Retrato dela



Se descobriu ingênua. Muito ingênua. A tal ponto de acreditar que já havia deixado de ser. 


Certa vez ouviu...


- "Não tome atitudes apenas para contrariar a opinião dos outros."


No entanto, pensou também que atitudes podem ser tomadas apenas para não decepcionar os outros.
Sentiu-se tão desprotegida, que já não sabia mais como existir.
Nada daquilo era sua essência. 
Nem a malicia absoluta , nem a ingenuidade estampada. Nada.
Onde então diabos estaria a sua vida? Como poderia saber de si, reconhecer-se.
Ela era aquele corpo. Rosto de feição tranquila, coração destemperado, perdido, sorriso calmo e olhar profundo. Misteriosa até para ela mesma. E por dentro, como era?
Nem ela mesmo podia descrever. Um pouco de tudo talvez.
Frágil, impulsiva, ansiosa, tímida, alegre, sonhadora, teimosa, terna.
O que mais sabia encontrar, era a inesgotável vontade de ter.
Ter prazer. Até mesmo quando não pensava, ainda assim sentia.
Incessante fonte de sensações, sonhos e fantasias, misto de  desejos ardentes. Sempre.
Por isso mesmo que tanto se retraia.
Transitar entre o possível e o impossível.
O pecado da luxuria é ter. E gostar de ter. Mesmo quer  seja eternamente figurativo.
Dias passam , meses, e anos intermináveis transformam sua vida.
Segredos guardados, desejos sufocados, fragilidade exposta.
Ingenuidade e malicia, permanecem desconfigurando sua vida, que ela agora descobriu não lhe pertencer.

fevereiro 07, 2010

Segredo de uma noite

Tres pedrinhas de gelo e um pouco de whisky. 
Aquele tilintar  no copo deixa a imaginação crescer.
Uma das coisas mais difíceis é  calar. 
Coloco uma música pra  acompanhar o whisky e, os pensamentos em voce. Escolho a dedo porque o ritmo é muito importante. É como os membros de uma orquestra .
Todos tem que estar em plena sintonia para que a sonoridade seja um transporte.
Neste caso a composição é o  whiskry, a música, e eu .
O dedo  atrevido,  mexe os pedrinhas no copo como se estivessem  compondo um convite pra mais tarde.
O Olhar é fixo para o nada, mas a imagem projetada é outra.
Tudo transpira. O copo, eu ...Será que voce  e calaria todas  minhas fantasias e desejos?
A bebida invade a timidez e deixa aberta a porta para ousadia.
Mesmo assim  ainda está distante.
Só os pensamentos  libertos de paredes e vozes se encontram.
A sensação nasce, a vontade tem forma, e o corpo nome...
O resto é segredo de uma noite inteira

fevereiro 05, 2010

Trilhos

Só as mãos tocam os pés .
Só a boca alcança os olhos
Se eu te pego  assim, tiro teu sossego e assim te roubo pra mim.
Assustado  voce  se perde, não resiste, logo se entrega. 
Mas depois de encontrar , domina  e me mata devagar.
Ah se eu pudesse, te entorpecia , vendava teus olhos , amarrava tua vida 
Só pra sentir voce todo dia.
Ainda que seja pouco, pelo que muito que me condena, eu  permaneço  sendo tua


Desencontros

Naquele dia voce me fez uma falta danada.
As palavras me acompanhavam  seguidas do timbre da tua voz e eu nem sequer sabia de voce.
Caminhava mais rápido e cortava por ruelas  tentando encontrar, mais o vento espalhava aquele perfume  vagabundo que voce usava  e, tua direção  sumia . 
Passei  por aquela placa  no cruzamento. 
Atravessei  a calçada em frente a pracinha.
Meu coração batia forte, eu queria te sentir bem ali, na minha  frente . 
Olhares se enfrentavam, pernas , braços, rostos, passando de um lado para o outro.
E voce ...
E eu ....
Duas sombras que se procuram, na escuridão da noite.

fevereiro 02, 2010

Transparente Caminhar

Há muitas coisas que se pode mudar na vida.
A minha educação não depende da sua, porque  é de berço.
O comportamento pode ser ,por opção, por condição, por estratégia.
A personalidade, não.
Mesmo que ela sofra ,e que seja  de bobeira
Mesmo que ela aguente ,e que não seja pouco
Mesmo que ela busque, e jamais encontre
Mesmo que ela sinta e não defina por palavras
Mesmo que ela prometa morrer pra se trasnformar
Será sempre voce, caminhando pelos passos dela

fevereiro 01, 2010

Entre o Preto e Branco da fotografia

...talvez uma curva, talvez um indicador, quem sabe até mesmo parte de uma escultura. 
Vista por  uns  como interminada, para outros, completa.
E há quem diga obra -prima.
Vejo, apenas  parte de mim, assim, o momento levará à estática luz do clic, enfim.

Vestido Preto


Estava ali com o corpo ainda respingado da água do chuveiro,os cabelos molhados pesados d'água, escorriam e morriam na beirada da toalha que envolvida seu corpo.
Sentada na ponta da cama, tinha o pensamento tão longe que quase levitava.
De alguns momentos ela lembrava e, assim ia passando para outros.
Mas alguns ela recordava. E isso era diferente. Recordar era sentir outra vez.
Nesses, aperta a mão no colo do peito como se pudesse alcançar. Na verdade ainda não se sabia se para prender ainda mais, ou  para arranca-lo de uma vez..
Era estranho.Estava tão distante e ao mesmo tempo ainda tão  vivo. Como podia ser?
As vezes ela queria acreditar tanto que ao  abrir  os olhos num dia qualquer, desses que a gente nem espera nada e então  vem. Num desses, dias que surpreende,  pudesse talvez,  ler um recado, ouvir a voz .
O telefone ficava adormecido. O nome dele passava por seus pensamentos.
O armário aberto, as roupas expostas e ela ali. Ali não. Lá. Sentia saudade, vontade, e orgulho.
Maldito orgulho.Porque era assim? Queria tanto fazer o que seu desejo  soprava.
Difícil bastante sentir e raciocinar, atitudes isoladas.
Pareceu-lhe então que o melhor era  algo que não a atormentasse.
Escolheu o vestido preto. Básico,discreto, apático, inexpressivo, comum.
Esticou  bem , e prendeu  os cabelos ainda molhados, num rabo de cavalo corriqueiro.
Se olhou  no espelho, esboçou ar de impossibilidade e aceitação. Calçou as sandálias e,  deu um longo suspiro. Então caminhou  até a porta. Antes, apanhou a bolsa. Também preta de alças  curtas, e muitas aberturas de ziperes e bolsos. Num deles, puxou um espelhinho, olhou bem dentro dos seus olhos , viu neles o reflexo daquele que jamais deixou de estar, abriu um sorriso discreto, quase que interior.
Ainda é assim. Todos os dias, há muitos dias. Ela sempre o vê. Dentro do  bolso que ela devolveu o espelhinho, tinha também um lenço vermelho. Peça que pra ela simboliza a brasa sob as cinzas,  que ela  guardava, reservada, debaixo do vestido preto.

Leia- nos

Leia...leia sempre. Leia mais de uma, duas, 6 vezes. Leia com paciência de revelar detalhes, com permissão para que as palavras invadam seu...