dezembro 27, 2010

Uma resposta

Aquela sede que não passa. Vai ressecando a garganta e tudo por dentro. Impede o ar de chegar, e molhar dentro. Dispara o coração e com isso faz delirar. Avanço o copo d'água e vou bebendo incessantemente, na esperança de acalmar o anseio. Penso em tudo que já foi e, nessa tormenta vou deixando coisas, lastros, rastros, fagulhas de mim, de nós. Há um momento em que se perde a cor. Escalo as paredes frias da memória em busca de sustentar o que mais me fez feliz, mas sua textura é lisa como limo. Meu peito borbulha. Uma saudade desgraçadamente doída de algo que nem era de todo bom, ao contrário. Mais chantageava e consumia do que trazia  prazer, mas ainda assim, era minha eu a esperava em mim todos os dias. Agora a vastidão. Reverbera silêncio que vem agudo machucar meu tempo de pensar. Nem sei mais do que falo, se é de mim ou de ti, do que causei ou do que reagi. Não sei se quero ainda lutar por mim ou por voce , porque nós, eu sei, é quase irrecuperável, apesar de todo calor que ainda aquece meu peito. Apesar de sentir que seu sentimento passa pelo meu, distraído, e leva aquela vaga imagem de nós. De tudo isso   tem uma só questão que não encontrei resposta. E ela é, por que será? Eu penso se voce tem essa resposta? Será que existe uma resposta? Não sei dizer, sei que existe  essa sede. 

Instigante... é sobre desvendar o perigo imaginar o gosto  o poder da persuasão ao movimentar o corpo  pulsar, trocar de lado, de ato, sobre...