Gosto de aquecer teus pensamentos.De provocar teus delirios por onde corre meu sangue quente. Gosto de saber que tuas mãos latejam quando buscam por meus seios. Gosto do umido da tua boca quando beija meu ventre, porque gosto de me sentir tua. Enroscar meus braços na tua nuca e trazer o sussurro no abraço. Explorar. Passear, cavalgar, serpentear nossos corpos. Gosto de transpirar com voce. Gosto de ver seus olhos me prendendo, ditando o ritimo, seguindo os meus. Gosto de nos ouvir. Gosto de muito imaginar que antes o silencio já era pecador. Agora, basta que apenas se distraia no contorno dos meus lábios te chamando em segredo. Gosto de sentir que me carrega por dentro.
O que foi deixado do lado de fora já não tem tanta importância assim. É mais árduo o que está do lado de dentro. Isso sim, é importante.
setembro 27, 2010
Vastidão do nada
Existem coisas que a gente não tem muito como explicar. Só podemos aceitar ou rejeitar. Aceitar significa tentar conhecer, buscar, descobrir - sim arriscar. Rejeitar significa desistir, acovardar, subestimar o certo, deixar o duvidoso responder. Eu tenho um espirito pouco conformado com a vastidão do nada. Não gosto de ver areia subindo com o vento, granulando a paisagem dos meus olhos. Porque se isso se aproximar, esfregar para tentar enxergar pode arranhar minha retina e cegar. Eu gosto mesmo é de sentir a o chão sob meus pés, mesmo que o solo seja quente, ou escorregadio, com muitos pontos cortantes, ainda assim, esse caminho vai me levar à algum lugar. Ao passo que a tempestade de areia apenas me paralisa, me detém.
Fios ao vento
Sentia quente, de modo ligeiramente atormentado entre o que queria apagar e o que emergia das entranhas. Razões que não tem lógica. São como linhas finas, que se enrolam e embaralham em nós. Desatar, desembaralhar é descobrir o furtivo prazer de se misturar. Existem suavidades que só acontecem na transigencia de querer saber. Passear pelos meios, tingir o vermelho de dentro, molhar os poros até transbordar. Intorpecer, envolver com o perfume que é singular. Sorver. Caprichos que desenham outras vozes, distantes da minha tez, palidez. Sua insensatez. Cem ramos de perdão, para mil galhos de entrega, fome de entrelaçar, amarrar, conter. Existe ainda um paladar no atrevimento de desafiar o vento a emaranhar nossos fios.
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