janeiro 02, 2011

Vulcão

Minha mão busca repouso. Cansada, quer deitar o calor que guarda  na tua pele e aquecer-te do frio. Proteger-te na palma da imensidão deste céu, dos telhados, becos e vazios. Minha mão tão próxima  ainda não  te alcançou. IMG_0103

Bonita Poesia

Antes eu achava  que poesia era um combinado de palavras bonitas. Ainda acho, coisa  assim. Mas, não sabia que o bonito das palavras que fazem a poesia é além da delicadeza e sua formação, o sentimento que as fazem nascer. Bonito é aquilo que atravessa a retina, cai  na corrente sanguinêa quando a gente ouve e lê. Bonita poesia é a que me cabe, me toca, me ensina , me faz reconhecer. Há os que  escrevem, mas não dizem. E, há os que  de uma só frase, nos oferecem a essência.

Um deserto

As vezes  as palavras engasgam. Se tornam como aqueles enormes emaranhados que rolam com o vento pelo deserto.Era tão bonito tudo que li e meus  pensamentos se encheram de inspiração, mas, quando cheguei aqui, já não estavam mais. Nem me pertenciam. Fiquei um tempo sentada só  rememorizando as coisas que senti, ou que pensei sentir. A gente quase não se enxerga  por dentro. Assusta quando escapa o ar. Não é o final do ano ou início de outro calendário que muda as coisas. Que  bobagem. O que muda é o preenchimento, a perpeção, o desejo. O que muda é desabotoar a carne e olhar com alma. Pena que  não seguimos até o final assim. Não quero a eternidade. Quero só a licença  para interpretar a felicidade. Na verdade queria desaprender o amanhã. Perder esse medo e só criar, sem destoar. Queria que o comum fosse realmente assim, vulgar do ponto de vista a se pensar que comum, é apenas e tão somente desejar, querer, viver momentos capazes de nos  trazer aquelas reaçãoes que envergonhados, escondemos. Sorrir a toa, beijar na boca, olhar e trazer, dar as mãos e andar, parar para respirar, sentir o gosto da lágrima e depois de tudo, ainda quer mais. Eu ainda não tenho certeza que só palavras escaparam do deserto. Aliás, não sei  qual era o deserto, se o de dentro ou de fora de mim. Só sei que eram minhas as palavras, também eram meus os sentidos e os pensamentos, que mesmo achando  perdidos e engasgados que estavam aqui, sentados ao meu lado, acompanhando meu silêncio, criando  meu momento.

Leia- nos

Leia...leia sempre. Leia mais de uma, duas, 6 vezes. Leia com paciência de revelar detalhes, com permissão para que as palavras invadam seu...