agosto 21, 2010

Valsa Muda

Hoje me abracei no teu abraço, e como não podia ser diferente de todas as outras vezes, fiquei em voce. Senti a pele descolar da epiderme, descolar da carne, descolar da alma. Ah! Não me pergunte como é possível isso sem morrer.Fiquei parada sentindo o gosto, o cheiro o calor do pensamento.Que abraço gostoso! Que momento meu.Despretencioso, demorado, devolvido, trocado, querido, maior que tudo que se leva ou que se guarda de alguém em fotografias, são abraços de memórias. Senti meus pés sobre os seus, dançando naquela musica que jamais tocou, era silêncio puro e único. Valsa muda.

Pés descalços

Voltava pelo mesmo caminho que havia ido. A cada passo que trocava, tropeçava entre desejo e saudade, que sentia. A luz dos postes da rua lhe davam a própria sombra de compania. E assim, lado a lado quase que de mãos dadas seguia. O caminho de volta parecia mais longo. Seus pés estavam em carne viva, ardiam em brasa, mas já nem ligava mais, o asfalto a certa altura se tornou um tapete. De vez em quando sua sombra convidava para descansar. Seguia. Dado momento, as luzes se apagaram, a sombra se foi e na escuridão soube, o caminho também chegou ao fim.

Involuntário direto

Quisera reconhecer o momento exato da traição. Onde negando o que não se encontrava, distraido do que sentia ou teria, afasta-se dele. Quisera ter outra vez a delicadeza do olhar e outra vez negar. Quisera nao ter que querer, e depois interromper o que seria como esperado, passo por passo, para do mesmo jeito deixar morrer. Só que lentamente. De certa forma a velocidade do inexpliavel engoliu no tempo a teimosia de deixar ver. Parece confuso, inexo. Repare bem, foi só um parágrafo. Ainda resta muito. Pouco se diz sobre isso. Mas, nada se esquece, nem mesmo se afasta assim. Não é uma opção voluntária no verbo que se conjugou.

Leia- nos

Leia...leia sempre. Leia mais de uma, duas, 6 vezes. Leia com paciência de revelar detalhes, com permissão para que as palavras invadam seu...