E, é quando as tuas mãos deslizam no meu corpo e magnetizam a pele, que ela se rebela, arrepia.Momento que me domina.Vejo pelo espelho quando me prende a ti, e pelos cabelos me mostra como é o prazer. Ouço sua voz sussurrando e sinto seu cheiro. Gosto de acompanhar seus movimentos e retribui-los. Entrego meu olhar ao seu, e sei exatamente o que neles se confessam. Quando você se encaixa nas minhas coxas, quando lambuza a minha boca, quando a sua boca fala em meus seios, então somos, estamos e nos pertencemos em cada momento. Minha língua contorna seus traços, aqueço seu músculo, me enrosco nos teus pelos.E depois, quando nos restar apenas o pulsar acelerado, a respiração ofegante, saberemos o porque nos permitimos por algumas vezes.
O que foi deixado do lado de fora já não tem tanta importância assim. É mais árduo o que está do lado de dentro. Isso sim, é importante.
maio 28, 2011
maio 21, 2011
Traição
Como sinto falta de mim quando me preciso. Hoje eu trairia qualquer conceito meu, para simplesmente sentir prazer. Qualquer tipo de prazer.Trairia para satisfazer o proibido. Para relatar a sensação de gozar do fruto. Trairia para não ter falta do que não tenho o tempo todo.Trairia minha inocência. Usaria maliciosamente argumentos e agiria para ter. Ter o domínio, o comando. Hoje reinventaria um tempo. Encaixaria meus pedaços.Acariciaria lentamente, abraçaria daquele jeito que parece não se soltar mais. Daquele jeito que quando a gente respira, suspira junto, porque não cabe nada mais além disso, só o silêncio. Quem sabe se eu continuar assim, me procurando, um laço me encontre antes e me devolva. Mas, seu ainda assim me trair, que seja no seu laço, no seu braço, abraço, pedaço de mim.
maio 18, 2011
Acordo
Não te sigo e nem me segues. Na verdade estou sempre presente No balanço das folhas de outono, quando o vento vem devagarinho te soprar os ouvidos. E até mesmo quando se distrai. Na condição de não dizer nada, calo. Vejo confissões mudas em olhares encontrados. Não delato e não relato. Fico. Existo dentro do infinito,e a margem do inconstante, que já não é assim tão inesperado. O que surpreende é essa maneira de conviver com ausência de nós mesmos, quanto mais presentes estamos um do outro.Quando não nos seguimos, é porque estamos dentro. Na condição de nada dizer, permanecemos calados.
maio 17, 2011
Eu te amo
Eu vim aqui só pra dizer que te amo.
Mas é aquele " te amo " que abraça o mundo enquanto ele gira.
Aquele "te amo" que alguns chamam de banal, só porque não é de todo, todo dia.
Mas amar, pode ser sentido e vivido de tantas maneiras, quase tão ou mais intensas que uma vida inteira, que as vezes, é em vão. Eu te amo quando me toca sem nem mesmo se aproximar. É que "te amo" pelo que já me fez viver. Eu te amo por aquele dia que sorrimos, e depois gargalhamos, sabe -se lá por qual asneiras tenhamos dito; o que importa é que naquele momento nos pertenciamos, inteiros, e por isso, eu te amei. E "te amo" além desse e de outros dias também. Não quis te amar para sempre e mudar, quis amar e amei. Aliás, te amo. É que o amor, esse que eu te amo, é composto de detalhes mesmo. Não esses detalhes que alguns, muitos até, acham que amam porque assim foi ensinado. Eu te amo com amor que descobri em mim. É meu. Eu te amo porque conheço os defeitos, os meus. Isso mesmo, os meus. Te amo porque te deixo ir. Não que em algum momento não tenha querido que ficasse. Mas se tivesse conseguido, iria amar só a mim mesma, minha conquista. Eu te amo quando o mundo gira e a gente se encontra. Não, não é banal. É amor.
maio 13, 2011
Só sobre mim
Eu falo sobre mim. Falo sobre o que o alheio me mostra, e como eu o sinto e recebo.
Eu falo das coisas que me tocam com ternura, com tesão, com mágoa e raiva também.
Eu falo sobre o que penso diante das coisas que vejo, e tantas outras que imagino.
Eu falo sobre a saudade. A de ter tido, e a de ter querido ter.
Não. Eu não vivo tudo aquilo de que falo.
Mas adoraria provar algumas passagens dessas.Tem dias que não falo, só penso.
É porque tem dias que de fato não há muito o que dizer.
Sentir já é o bastante, e chega a ser indescritível e infinito.
Ainda assim, gosto de falar, dizer. De vez em quando rimar verdade com fantasia.
Eu gosto do beijo doce, que também arde e me faz passar a língua várias vezes sobre os lábios, misturando o sabor na carne quente e macia. Eu falo enquanto meus olhos passeiam tateando aquilo tudo que me pertenceu em desejos, momentos, dias, vidas, até.
Eu falo da gestação, criação de vontades, conquistas, projetos, amores, distâncias, encontros e finalmente, falo sobre o fim.
Fim? Não. O fim não existe. Conheço o invisível, me acostumo com o intocável, convivo com o silêncio, mas isso não é o fim.
É o segredo de cada um. É só o que sinto.
Eu só falo sobre mim, e o que o alheio me mostra, como eu sinto e recebo.
Eu falo das coisas que me tocam com ternura, com tesão, com mágoa e raiva também.
Eu falo sobre o que penso diante das coisas que vejo, e tantas outras que imagino.
Eu falo sobre a saudade. A de ter tido, e a de ter querido ter.
Não. Eu não vivo tudo aquilo de que falo.
Mas adoraria provar algumas passagens dessas.Tem dias que não falo, só penso.
É porque tem dias que de fato não há muito o que dizer.
Sentir já é o bastante, e chega a ser indescritível e infinito.
Ainda assim, gosto de falar, dizer. De vez em quando rimar verdade com fantasia.
Eu gosto do beijo doce, que também arde e me faz passar a língua várias vezes sobre os lábios, misturando o sabor na carne quente e macia. Eu falo enquanto meus olhos passeiam tateando aquilo tudo que me pertenceu em desejos, momentos, dias, vidas, até.
Eu falo da gestação, criação de vontades, conquistas, projetos, amores, distâncias, encontros e finalmente, falo sobre o fim.
Fim? Não. O fim não existe. Conheço o invisível, me acostumo com o intocável, convivo com o silêncio, mas isso não é o fim.
É o segredo de cada um. É só o que sinto.
Eu só falo sobre mim, e o que o alheio me mostra, como eu sinto e recebo.
Certeza. Sensação do acaso
Assim...
As vezes vem essa sensação de querer.
Querer um mundo inteiro, fatiado para poder experimentar pedacinhos.
As vezes vem essa sensação de ter ficado tão longe, que é preciso esforçar para reconstruir o som, a imagem.
As vezes vem essa sensação de que por mais que o abraço aqueça, a pele se resfria no desabraço.
Há uma sensação de secura na boca, sabendo da ausência da tua boca.
Há uma sensação de obediência sobre teu braço ausente no comando.
Certeza, da firmeza do teu olhar, sobre o olhar que se obstina.
Provocação.
As vezes vem uma sensação de você.
As vezes vem uma sensação do limite.
Sensação de um mundo inteiro fatiado.
Sensação. Certeza do acaso.
Assim…
maio 06, 2011
Bordando pensamentos
Vivo a te observar.
Mas não te vejo pelo corpo.
Te vejo através dele.
Vejo pela raiz da carne.
Te vejo.
Mas não pelo corpo de formas maliciosas
Vejo através dele; na contração.
Te vejo no fragmento do olhar.
Vejo ao redor das cenas que partilha.
Te vejo descoberto.
Não te enxergo.
Te vejo.
Apenas te observo.
E aplico seus detalhes nos meus dias.
Mas não te vejo pelo corpo.
Te vejo através dele.
Vejo pela raiz da carne.
Te vejo.
Mas não pelo corpo de formas maliciosas
Vejo através dele; na contração.
Te vejo no fragmento do olhar.
Vejo ao redor das cenas que partilha.
Te vejo descoberto.
Não te enxergo.
Te vejo.
Apenas te observo.
E aplico seus detalhes nos meus dias.
Código de acesso
A sensação de sentir.
Sentir e transmitir.
Sentir arrepio quando se aproxima.
Sentir na nuca a respiração, e pulsar com ela.
Sentir quando instiga, para pertencer, caber.
Sentir e transmitir a sensação que nos mistura,
Sensação perfeita de movimentar músculos encaixados, molhados.
Consentimento mudo.
Seu código é o silencio
Felino.
Sentido, completo.
Sentir e transmitir.
Sentir arrepio quando se aproxima.
Sentir na nuca a respiração, e pulsar com ela.
Sentir quando instiga, para pertencer, caber.
Sentir e transmitir a sensação que nos mistura,
Sensação perfeita de movimentar músculos encaixados, molhados.
Consentimento mudo.
Seu código é o silencio
Felino.
Sentido, completo.
maio 04, 2011
Sei
Te conheço.
Ou melhor ainda, te sei.
Te reviro e desviro.
Te desconvexo.
Te sei quando menos espera.
Te sei em vermelhas, douradas e negras horas.
Te abandono de vez em quando.
Te acato e me entrego, e tu, tu se perde nos meios.
Eu te sei.
Tu defende a lingua, eu exploro a fala
Eu desenho na noite teu olhar, e tu, segue.
Te sei.
E tu?
Sabe, sente, segue?
Sei.
Eu te sei
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