março 30, 2018

Abrigo


Era uma vez uma recordação
E a realidade veio e estragou tudo
Bebeu de sua ansiedade
Engasgou com sua verdade
E agora descansa
Fecha os olhos para e esconder do  perigo
Sente medo da obra gigante
É o tempo a sua frente
Cria uma abrigo em seu olhar
Um suspiro recorre o minuto
O que era antes uma via
Hoje é estrada vazia

março 26, 2018

Fragmentos de maturidade

Sempre ouvi dizer que o mais importante do que saber o que se quer, é saber o que não quer.
Então seguindo esse conceito e, acreditando nele, fui buscar o que não queria.

Encontrei algumas coisas, descobri outras, e é ainda um processo lento e contínuo.
Então conheci situações, pessoas e fui entendendo o que são escolhas.
Percebi que não se tem o "tal dedo podre", o que acontece de fato são os critérios que adotamos e o resultado deles para nossas escolhas; e que acabamos apontando como "dedo podre".
Parei de apontar e comecei a prestar atenção nos critérios. Estou ainda em aprendizado, porque não é lá muito fácil "virar o dedão para você mesmo".

Eu  já sei que algumas decisões, serão doloridas e que terei que lidar com elas, respeita-las. Aquela coisa do amor próprio... É tão fácil falar para o outro. Mas a gente não nasce sabendo nem mesmo sobre a gente mesmo. Estamos sempre em construção. Essa arquitetura de atitude, a engenharia da decisão não vem sabiamente completa, por isso temos as experiências, os desafios, as conquistas, e os equívocos, as ilusões.

Enfim, nesse caminho todo dei falta do oposto do mais importante...Saber o que quero. Achei que era tão lógico, não é. E eu vi que estava sempre no meio, correndo um perigo imenso de estar na contra mão. Fui pega de raspão por diversas vezes. Olhava para meus arranhões e culpava os outros, acusava de displicentes, egoístas, covardes, oportunistas e tantos outros adjetivos.

Sei que não é possível reduzir decepções a zero. Mas,sei que posso inibir qualquer coisa que possa resultar em algo que me magoe.

"Eu não preciso provar nada para ninguém, ou ninguém tem nada a ver com minha vida"... são outras coisas que ouço dizer e que estou reavaliando como significado para mim e a aceitação dessa convivência.Influencias.

Até mesmo as famosas "não estou preparado", "não é o momento" ou "ainda preciso de tempo"

...E se você , que por acaso esteja lendo  isso e já  julga e rotula todo o texto como inquietação emocional de relacionamento, pense naquele instante do critério de escolhas.
Estou falando de tudo, de uma vida que envolve, profissão, trabalho, opiniões, oportunidades, comportamento, mudanças e relacionamentos também.

A gente nem cabe dentro das palavras. E depois, lá no silêncio do travesseiro, na escuridão daquilo que segredamos até da nossa própria vez, às vezes expressamos um sorriso outras vezes sentimos o correr no rostos o frio da lágrima, e questionamos... 

o que é o mais importante?  Não importa o que tenha ouvido dizer...mas o que importa para mim. 
E  pra você?

março 19, 2018

Às Vezes


Decisão
doloridas e  necessárias
Visão de amplitude a margem da ansiedade
Filtro de sabores e dissabores

Inquietude
Choro engolido, rasgado na garganta e tão silencioso quanto a surdez
Desejo algo que  talvez não tenha alcance

Verdades
traz sempre a importância da certeza
Incerteza momento de deixar 

Às vezes tudo isso num só no olhar














março 16, 2018

Bolha

Tem uma bolha dentro de mim. Uma bolha que protege, isola e as vezes, por isso mesmo, não permite ir além.Além de todos os sentidos. Além da capacidade, da coragem, da ausência dela, do otimismo ou do total abandono contextual. Essa coisa de esmurrar a faca até sangrar e depois lamber o que escorre, sentindo seu o gosto quente. Há dias que acordo bem, outros não. Essa bolha tem duas facetas e  nenhuma delas alcanço murchar ou inflar. É involuntário sua existência ou resistência. Dentro dessa bolha cabe milhões de pensamentos.E para cada um deles , toda vez que tropeço ou agito, eles se misturam se agrupam, aniquilam, reproduzem, quando tudo para, sobra o que fica reverberando...

março 11, 2018

Seu jogo

Vai me provocando.
Eu vou jogar seu jogo.

Chamei porque antes você veio.
Antes você não sabia do perigo
Você quis que eu te quisesse

Te chamei para minha vida, não ela inteira, não ela para ser sua.
Te chamei para meu sorriso, para meu beijo, meu desejo
Te chamei para experimentar a liberdade de ser, apenas ser.






 

março 10, 2018

Algemas são Hologramas

Você não vai me achar em outro alguém.
Em alguém que já existiu ou em alguém que irá buscar.
A saudade que você sente e nem sabe de que forma ela já te pertence.
Não ha verá substituição em nada, na música, na taça, na estrada.
O antes é o mesmo de agora e será, talvez, o mesmo do depois.
As algemas são hologramas..
Teus espelhos terão a corrosão dos teu olhos
Deixa eu te dizer, perceba...
que o tempo se move

março 08, 2018

Desaperceber


Meu desejo é desaperceber.
Desaperceber -me.
Continuadamente.
Como a sensação de abstinência.
Cotidianamente.
Sem saber como é o cheiro, o gosto
Inibir
Destilar
Em tempo decorrente da incerteza
Desapega-se, despercebe-se,
Vai possibilitando o esquecimento,
até não mais existir, absolutamente nada,
nem saudade.



março 07, 2018

trechos de intenções


...Tinha várias intenções. Pouco sabia sobre continuar. Exercia uma lentidão que batizava de observância e declarava ausência de preparo. Havia certa incapacidade em executar qualquer condição outra que lhe retirasse daquele famoso conhecido, o conforto. O erro, a culpa até mesmo a fraqueza é sempre, e sem dúvida de alguém, que certamente desafia, provoca e até  confunde. Seus momentos não tem pares, são invariavelmente ímpares, singulares e não expressam abertura para reavaliação. Intenções são o bastante, não se fazem necessárias em existir.

março 05, 2018

Nunca contei...


Quantas vezes eu me apaixono e intensifico?
Não sei. Talvez tantas vezes quantas forem necessário para manter-me viva.
Quantas vezes dedico minha maior força, o amor, numa possível relação ?
Não sei. Nunca contei. Foram muitas, porque eu amo pela raiz.
Amo o que está por trás, o além do visível, amo até o remoto.
A gente vai inventado condições, aceitando recortes, evitando relações
negando confessar para nós mesmos, e persuadindo os outros.
Estamos sempre nos preparando e nunca estamos prontos.

Ouço o mar, o silêncio e sua imensidão no tempo.

Temos receio de sentir solidão. Morrer.
Talvez seja por essa razão que eu me apaixone.

Instigante... é sobre desvendar o perigo imaginar o gosto  o poder da persuasão ao movimentar o corpo  pulsar, trocar de lado, de ato, sobre...