abril 01, 2010

Sans Destinatio

 A espera  é sempre  longa
uma partida que nunca chega de verdade
marcas de uma viajem ,calçadas,  vias estreitas
cheiros, mãos, marcas
Passagem que se cria 
Via de mão dupla, navalha .
Corte fundo, profundo que não chega no cerne
Hoje,  ainda pela  manhã, 
senti  o cheiro  do que ficou
da noite que não dormi
das coisas que não vi, 
não falei, não senti
Meu  caminho sai agora
itinerário
 Sans destinatio
os pneus queimam  o chão 
as asas  cortam os céus
e enquanto tudo  transgride 
eu vou... na carona no vento
desses movimentos,  simplesmente vou
embora fixa e  enraizada por  dentro
há sempre uma parada ...


( sempre achei que para  se soltar na interpretação de cada texto, é necessário ouvir uma boa música.
que seja  excitante, que te leve ...em algum momento pra bem perto de onde os pensamentos moram...)

Um comentário:

Elias Júnior disse...

Olhando o bambuzal, olha lá... olha também!

Vão e vem...vem e vão...

Não esperam, não aguardam, estão.. apenas estão.

Instigante... é sobre desvendar o perigo imaginar o gosto  o poder da persuasão ao movimentar o corpo  pulsar, trocar de lado, de ato, sobre...