outubro 13, 2010

Bebe de mim

Eu tenho medo do teu veneno que muda meus desejos, sobre o que querer. Eu tenho medo do teu disfarce, da tua angustia. Já sei qual é a essência que te atrai, e dela vou me valer, até para que saibas dos teus erros. Pois, agora que sabe meus traços, minhas curvas, conhece meus caminhos, agora que  pode  desenhar em silencio e guardar em segredo meu beijo,agora que descobriu minha boca, minha mente, não me tens. Meus lábios estão para ti. Lábios que devoram sua alma pelo lado de fora, e contra os seus, pressionam, mordem devagar, umidecem. Invasão de lingua que se enrosca por dentro, e puxa pelo céu da boca, como um convite. Tenho medo do teu veneno em minha boca, acidez da saliva que queima no corpo e desassossega o  juízo teu. Meu. Navegar pelos templos da carne. E agora que conhece  tudo, bebe  de mim a distância. Desnuda.

2 comentários:

Chico Bigotto disse...

queria comentar, mas a embriaguês provocada me deixa extasiado e as palavras não saem...

Chico Bigotto disse...

passei aqui pra me embriagar um pouco mais...isso é um vício...rss

Instigante... é sobre desvendar o perigo imaginar o gosto  o poder da persuasão ao movimentar o corpo  pulsar, trocar de lado, de ato, sobre...