novembro 13, 2010

Exatamente , Supostamente.

Era meu corpo. Era o teu corpo. Sentia teu toque como de uma seda deslizante em mim.. As pontas dos dedos mapeavam minha geografia que naquele momento se despia para você. Um olhar incansável de te ver ali, e que crescia  no nosso  desejo de devorar. Suas mãos prendiam as minhas no o alto. Sua  boca encostou na minha e a língua, ah, e a língua  me torturava. Procurava pela minha. Era tanto que não se dizia mais nada . O sangue que corria  queimava a carne. No chão, os corpos.Ora pesava o meu sobre o teu, ora teu sobre o meu. Tão lentamente como uma eternidade, e preciso como uma respiração diafragmática. Aquela  noite era nossa, só nossa. Eu queria me perder no teu abraço, no teu folego, no teu beijo, na tua transpiração e nunca mais voltar. Voce queria o domínio, a força total de quem tem, possui, uma mulher. Eu, por mais que antes pudesse parecer o contrário, era e seria sempre desarmada de ti. O que viria nem tinha importância, pois cada instante era teu, e único como jamais de ninguém  tivesse sido. E não foi. Nunca mais. Te percorrer, marcar, alcançar e, de você, ser o lado de dentro foi conhecer algo que não quero esquecer. Fiz-me livre. Cedi. E continuaria cedendo. Basta que seja maior. Maior que as palavras de definição, maior que as respostas de inexplicáveis perguntas, maior que qualquer outra coisa que se conheça. Só no silêncio de nossos pensamentos  confidenciamos. Era  algo que não se sabia  entender, e que por isso talvez, pudesse morrer ali. Não morreu. Dorme. Apenas dorme. Quero-te. Exatamente como não posso dizer-te. Supostamente como não posso senti-lo.

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