dezembro 05, 2010

Areia dourada

Irrevogável. Mesmo quando rasga e arde, queima e pulsa, e não é possível  esquecer. Desejar ter. Não ter, não ser. Só querer receber, transforma. A indifrença  não é como a  ignorância, é só, agora,  insignifiicancia do que era. Ainda que a sede venha às vezes  mais forte,  mais seca, quase um martírio. É apenas o que restou do deserto que nos atravessou. Hoje já  não tão imenso, não tão intenso, assim. O tempo foi carrasco na magia, que acreditava, nascia todo dia. Seu ouro agora vale pouco. Não tem pegadas  na areia, não tem retorno, acesso, não tem  rastro. Seu ouro é só seu. Ninguém vai rouba-lo, nunca. 

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