março 28, 2011

Silenciosamente

Sempre dói. Mesmo quando transparece não doer, dói. Uma disputa sem rumo. Uma premiação desvantajosa. Mas que vive numa constante, talvez uma defesa inconsciente. Ou não. Talvez totalmente consciente. De que importa se não chegarmos a lugar algum? Nem juntos, tampouco sozinhos. Entre olhares e  pensamentos guardados, masturbações poéticas, cruéis, sem a menor resilência, uma farsa. Do outro lado essa displicência enfadonha, tanto quanto mentirosa. Ah, sim! De vez em quando acredita-se  não ter sentido, não ter querido, não ter sequer buscado, ainda que por um só segundo, de forma contrária ao que a frágil inocência nos permite viver.E ao que tudo pensa caber a ti, quase tudo de fato cabe. Mas só a parte que lhe incomoda, porque, dela, está a tua alma despida, aquela que não se convence, só  sofre. E sofre por culpa tua. E isso sempre dói. Dói como se nunca mais pudesse estancar, dói como se nunca mais pudesse  cicatrizar, dói como se nunca mais pudéssemos ter. Enquanto os dias passam,  a semântica diz que dói. Silenciosamente.

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