abril 29, 2011

TEZ

Não foi uma única vez. Mas também não foram muitas outras. Foram vezes o bastante para que pudesse desejar e o suficiente para não esquecer. Vezes em que transpirei  no olhar, salivei pelos poros e guardei. Recordo sussuros em  barítono nos meus ouvidos, e da reação  instantanêa do arrepio  na minha pele. Tua pele, na minha pele. Teu arrepio em mim.
Se fosse descrever a sensação da língua provando o gosto do gosto de ter, nas extremidades de cada meio, no meio de cada vão, e dentro de cada vez em que passeamos em nós, talvez, definisse algo como o silêncio imenso, seguido de um profundo e longo  suspiro da pele ao arrepiar.
Há dias em que o bastante e o suficiente ficam tão estreitos, que deliciosamente, se tornariam em uma outra vez.

abril 25, 2011

Mensagem para você

Sim. É para você mesmo. Ainda que pense que não, que tem certas coisas que não  fazem sentido. Fazem sim. É só se colocar bem adiante do texto, buscar um momento, uma lembrança, uma palavra, um olhar. Algo que seja a ponta do novelo.  Essa mensagem é para você, porque hoje não  é nenhuma data especial comemorativa. Nem de ganho, nem de perda. Também nada comercial, com marketing forte, que nos culpe e obrigue a tomar alguma atitude nada espontanêa, apenas e meramente formal.É algo que simnplesmenet nos pertence, de alguma maneira.Pertence porque de certa maneira nos envolveu, provocou, uniu, separou e agora, fragmenta, recolhe em reconstrução, quem sabe. De tantas etapas, as vezes interpretadas daquele jeito que  a gente gostaria de sentir, saber, e tão distante de quem disse e fez.Ah! quanta imensidão de nós. Podiamos ser  livres não é? Livre de pensar de como e porque será. Livres de sentir o depois, o jamais, o eterno desejar. Livres de volúpia, luxúria, masturbar. Podiamos apenas ser. Ou ter sido. É tão remoto o tempo que não saberia distinguir seus intervalos de incoerência discreta e sensatez. Hoje, busco não me incomodar mais. Me tornei egoista. Egoista de mim no melhor sentido. Acho que a tradução mais honesta, é me tornei mais eu.Quero muito que voce seja mais voce, também. Não precisa ser nada além de voce. Assim como eu. Desde que, eu  e você, não sejamos inimigos, adversários de nós mesmos. Sim, eu quero ter perto, próximo, dentro dos meus pensamentos. Sem ensair títulos, postar rótulos, e cumprir protocolos. Quero te presentear sempre que sentir vontade, falar sempre que tiver algo a dizer, servir toda vez que isso não representar abdicar. Sim, é para voce. Que eu sei, não vai achar que é. Apenas reconhecer no silêncio das castrações. Soltar seus demonios, é menos perigoso do que parece.  Alimenta-los é conviver no inferno. Em teus olhos  ardem as brasas do viver.

abril 23, 2011

V.E.R. M. E. L .H.O

Arde meus olhos. E o fogo queima. Rubro são teus  lábios. Lembrança que guardo. Imagem desconstruída, perfurada. Ainda sinto a adega  correndo na vértebra, abrindo percurso do leito, e o quente que escorre pelas costas. Denso, forte. Junto os pulsos e tornozelos, no aconchego  das coxas, que abraçam meu peito. Minhas unhas vermelhas, são para arranhar sem marcar a pele que cobre a carne. Carne tua, do peito teu, dos lábios rubros, tidos e idos, sem adeus. Os olhos ardem e o quente ainda escorre, lentamente como o sussurro do nome que chamo e insisto, até me deixar vencer e ir. Ir distante, além. Infinitamente no vermelho do querer.

abril 17, 2011

Texto em branco

Me disseram assim, não contracene  mais consigo mesma. Não lhe roube a cena. Destoe. Fuja do  censo  e contrasenso, não avalie  antes de sentir e dizer.Seja. Simplemente retome a composição.Não se cale  diante de um grito , ainda que mudo, embruhado. Reaja , aja, como se  mesmo surda, soubesse distinguir cada som. Porque os sons vibram na alma, explodem nos olhos e se movimentam com o corpo. E eu fui. Levantei de onde confortavelmente me guardava em segredo, deixei a cumplicidade do silencio, e em  cada passo que troquei, sorri.

abril 09, 2011

Borboletas

Não. Não quero ter você, porque você não me cabe. Não me sabe e tampouco me traduz. Não quero  ter teus lábios, tuas mãos, tua pele. Há tanto desencontro em nosso olhar. E mesmo querendo  acreditar assim,ainda assim, meu calor não resfria. Minha lembrança não dissolve da memória e as minhas mãos  transpiram, tremulas. Eu calo. Suponho que você  pense o mesmo. E diante dessa suposição, o tempo passa com vontade de parar e às vezes, com vontade só voltar de onde parou. Aquelas borboletas já voaram, ficaram seus casulos.  Fiquei eu, nasceu você.

Fiquei eu, nasceu você.

abril 04, 2011

Quanto

Um dia queria saber dizer “quanto”.

Dizer o quanto penso em mil maneira de fazer da saudade apenas a linha de costurar os dias, e vive-los , ainda que distante de ti.

Dizer o quanto  já me magoei, e assim mesmo, todas as vezes, percebia nessa dor  a melhor resposta  para me fortificar por te querer.

Quanto  já quis parar e pontuar como  indiferente, mesmo vendo que  o que me causava essa vontade vinha da tua incerteza, não pude.

Dizer quanto tudo isso que sinto, é um sorriso meu. às vezes um sorriso triste, outras vezes um sorriso de contemplação.

Instigante... é sobre desvendar o perigo imaginar o gosto  o poder da persuasão ao movimentar o corpo  pulsar, trocar de lado, de ato, sobre...