Não. Não quero ter você, porque você não me cabe. Não me sabe e tampouco me traduz. Não quero ter teus lábios, tuas mãos, tua pele. Há tanto desencontro em nosso olhar. E mesmo querendo acreditar assim,ainda assim, meu calor não resfria. Minha lembrança não dissolve da memória e as minhas mãos transpiram, tremulas. Eu calo. Suponho que você pense o mesmo. E diante dessa suposição, o tempo passa com vontade de parar e às vezes, com vontade só voltar de onde parou. Aquelas borboletas já voaram, ficaram seus casulos. Fiquei eu, nasceu você.
O que foi deixado do lado de fora já não tem tanta importância assim. É mais árduo o que está do lado de dentro. Isso sim, é importante.
abril 09, 2011
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