Uma infinita vida cheia de esparadrapos. Porosos, consistentes, as vezes coloridos, na intenção de poupar um pouco a incomoda expressão do triste. Dias destoados dos desejos, sufocados. Gritos arranhando a garganta, mas por dentro ninguém vê. Ao contrário, imaginam sempre que na voz contida, há maior compatibilidade de agir e dizer. Ledo engano. Há uma série de remendos. E os dias passsam em branco, não emocionam, não enraivecem, não existem, passam. Quanta coisa quente evapora quando se pisa no gelo. Quanta ausência. Quanta saudade eu sinto de sentir o sorriso colado no meu rosto e junto dele, o sangue correndo quente, pulsando, pedidindo para viver, jorrar. Te dou tudo que puder, ainda que não seja tudo. Não tenho marcas, nem esparadrapos. Tenho uma enorme vontade de desmanchar seus reparos, mesmo que depois nunca mais possa saber da sua ferida fechada.
O que foi deixado do lado de fora já não tem tanta importância assim. É mais árduo o que está do lado de dentro. Isso sim, é importante.
junho 12, 2011
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