Certa vez me perguntou, por quê? Havia uma série de respostas que caberiam ali. Mas o entendimento e a satisfação das respostas está naquilo que a gente pretende saber e se beneficiar delas. Mesmo que seja só por um momento. A resposta não pode ser pensada, ensaida e justificada. Tem que ser espotanêa. Essa é a verdadeira. Sem gaguejar, suspirar. É a fala curta sem adereços, é o olhar encontrado no começo, é palpitação, a saliva. O resto é teatro da vida. Mas as respostas pedem, precisam de sequências. E então, acontece se esbarando nelas as mentiras, os medos, as dúvidas e as inúteis precauções. Mas por quê, eu também quis saber. Um silêncio tão grande toma conta do nosso olhar, e naquela fração de segundos uma eternidade vivida, querida, imaginada, vem desse olhar que vasculha por dentro de cada um , querendo saltar dali e simplesmente deixar explodir e por fim, responder. Mas não. Houve um apenas gesto. Um abraço forte, quente, demorado, como um pedido de deculpas, como um desejo mutilado, como um dia cinzento chuvoso de pensamentos longos, que acalentam no peito, segredos gelados. A respostas mudas, daquele abraço insinuavam porque não fomos capazes de nos dizer. Porque inibimos todas as sensações e depois, sem perdão da ausência, seguimos numa tormenta de não saber o porque deixamos tudo passar.E assim, tornamos a repetir e repetir os mesmos enganos, as mesmas falhas, as mesmas perguntas, sempre. Por quê?
O que foi deixado do lado de fora já não tem tanta importância assim. É mais árduo o que está do lado de dentro. Isso sim, é importante.
junho 27, 2011
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