setembro 02, 2011

Sequência de pensamentos


Tomada pelo olhar que sugeria um afago, guiada pelo beijo na boca, e da língua que dizia calada toda uma história. Inflama a saudade do teu cheiro na minha pele, no meu pensamento e num arrepio de você, eu chamo teu nome. Mas você está surdo. Ou talvez, apenas distante de si.

Me parece tão distante as vezes, que mesmo se olhando no espelho, o próprio reflexo não se reconhece. Sai pelo mundo tateando algo que também desconhece, e então, num instante qualquer é capaz de agarrar o que sempre existiu, como se fosse a primeira vez. Mas, enquanto a palma de sua mão não tocar com firmeza toda a superfície, sem medo, terá a incerteza entre os dedos.


Véus que insinuam a presença. Queria dizer aos seus ouvidos, e tocar seu centro. Queria tocar sua boca e falar aos seus sentidos. Queria que suportasse. Mas, se depois de tudo, ainda não souber dizer, eu manterei a tua força como se minhas águas jamais tivessem lambido sua carne.

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