Quando te vi a primeira vez, na verdade não vi. Não procurava nada, não queria nada além do que já existia. Muito embora, no meu intimo sempre estivesse em busca de algo ou alguém que pudesse me transpor. Não fiz nada, não disse nada, nem olhei com olhar faminto de quem não se limita para viver. E viver significa se dar, Não apenas no sentido carnal. Esse é feito, efeito e se desfaz. Mas se dar ao se permitir sentir, viver , destemidamente alguém, que alimente a vida nos instantes em que puder fazer pulsar. Hoje sei que não queria que te visse de verdade. Ainda que deixasse escapar em alguns momentos a vontade voraz que eu te descobrisse, provocasse, desafiasse até que não pudesse mais, até que não pudesse mais e nem mesmo quisesse impedir. Como dizem , veneno e remédio são distintos pela dose. De todas as vezes fomos nossos opostos. Desde a primeira vez que te vi esteve comigo e eu estive com você. Imagino que às vezes, possa ser difícil ser o não constante. Já nem vejo mais como uma saudade. É verdade que alguns momentos me pergunto o por que. Penso em algumas possibilidades que jamais vou rer certeza, até mesmo porque acredito que nem você mesmo tenha a resposta da qual acredite ser a razão. Desta maneira, continuamos paralelamente em silêncio, quem sabe evitando um desencontro maior, quem sabe perdendo um ao outro.
O que foi deixado do lado de fora já não tem tanta importância assim. É mais árduo o que está do lado de dentro. Isso sim, é importante.
fevereiro 25, 2012
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