Aflição de vida. De vez em quando
bate um desespero tão grande de viver. Viver mais rápido, mais intenso, mas
liso. Tenho receio de enrugar a alma. Não sei, parece que às vezes nos tornamos
reféns do tempo, amanhecer e anoitecer é um breve instante onde os olhos percorrem
tão ligeiros a paisagem da cidade. São prédios,
muros, árvores, calçadas, carros, pessoas e no meio disso tudo tanto silencio.
Um ousado silêncio. Como uma fotografia. Podíamos ser muitos de cada um. Quero
dizer sobre o verbo estar. Estar nos lugares distintos. Isto é onipotência? Meu
Deus, eu estou querendo ser onipotente e imortal ao mesmo tempo?Quero as
pessoas, quero devorá-las de vida, alegria na vaidade, e vaidade é quando se
valoriza o que se sente, é assim que eu sinto ar nos pulmões, eu sinto sangue
nas veias. Quero tomar aquela taça de
prazer com você, aquele gole de sorriso naquele momento entre o amanhecer da
aflição e o anoitecer do desespero num enorme, inteiro, intervalo do entardecer.
O que foi deixado do lado de fora já não tem tanta importância assim. É mais árduo o que está do lado de dentro. Isso sim, é importante.
agosto 18, 2012
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