agosto 18, 2012

Aflição de vida


Aflição de vida. De vez em quando bate um desespero tão grande de viver. Viver mais rápido, mais intenso, mas liso. Tenho receio de enrugar a alma. Não sei, parece que às vezes nos tornamos reféns do tempo, amanhecer e anoitecer é um breve instante onde os olhos percorrem tão ligeiros a paisagem da cidade.  São prédios, muros, árvores, calçadas, carros, pessoas e no meio disso tudo tanto silencio. Um ousado silêncio. Como uma fotografia. Podíamos ser muitos de cada um. Quero dizer sobre o verbo estar. Estar nos lugares distintos. Isto é onipotência? Meu Deus, eu estou querendo ser onipotente e imortal ao mesmo tempo?Quero as pessoas, quero devorá-las de vida, alegria na vaidade, e vaidade é quando se valoriza o que se sente, é assim que eu sinto ar nos pulmões, eu sinto sangue nas veias. Quero  tomar aquela taça de prazer com você, aquele gole de sorriso naquele momento entre o amanhecer da aflição e o anoitecer do desespero num enorme, inteiro, intervalo do entardecer.

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