janeiro 07, 2010

Aquele bilhete

Escrevo para estancar a dor. 
Ela nasce do um momento que percebo que já é hora de ir.
Quando pulsa a garganta, eu só levanto olhar para acompanhar a distância que parece crescer. Queria me agarrar no teu cigarro. Seus intervalos são curtos.
Vou fazer um jardim com frutos que floreçam. 

Para sentir o perfume e guardar sabor.
As chaves da casa  estão  embaixo do tapete, exatamente no mesmo  lugar.
Aquele bilhete - " voce é tudo"- que fez pra mim, ainda guardo e de tão amassado quase não se lê. Mas eu o sinto, da mesma maneira que acreditei  no dia em que o encontrei, entre o travesseiro e o lençol da cama. 

Já é hora de ir, eu sei. Não, não sou eu quem parte. 
Eu moro neste amor, nessa entrega, nessa dor.
Escrevo, escrevo, escrevo...

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