novembro 22, 2010

Ah…

Se ele soubesse o que nela queima, jamais distrairia suas mãos, ou desviaria seus pensamentos. Descobriria que nos lábios dela  mora o beijo dele e, que em seu olhar a contemplação de pertencer. Ela, já não pode mais enganar com as palavras as atitudes, aquelas que renuncia. Prefere entregar-se agora. Descansar na mesma espera que a fez chegar, estabanda, trocada, ao que  permanece então, no esperançar outra vez e sempre. E era assim, sempre foi. Ela queria apenas, o que já lhe parecia muito, e tanto para que pudesse se dar. Sofria de um silêncio agudo, que de vez em quando rasgava-lhe a voz através de letras impressas com o esmalte  transparente de seu querer. Embora soubesse ela, que tudo isso corrida pelo vento a toa, não podia deixar de sentir. Ah, se um dia ele soubesse viver dela, o que a faz simples, assim.

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