julho 04, 2011

Linho para dois

Desamarrotar. Tirar as rugas, as dobraduras, as vezes, amargos vincos. Não permitir que  outro estado se manifeste que  seja contrário ao desejo de ir encontrar. Soltar e perder as amarras, nada precisa ser preso para viver mais. É tão curto o tempo que se tem para  ter. Não blefe neste jogo. Ele é perigoso. O tempo atravessa com rapidez, ontem já é tarde. Trago o ciúme da lágrima que não veio, bebo das palavras que sucumbiram, e ainda, sinto a força  para trazer a mim aquele silêncio em despedida. Quanto tempo faz? Eu guardo apenas o linho desse fundo de imagem. Amarrotado. Amarelado puído. As vezes te sei  entre meus pensamentos, como se o desejo sobrepusesse a razão, e assim, com as  mãos alcançar o que  já foi, e que  ainda quer estar. Não. Nada definitivo. Pois certezas, temos as nossas. As que dissemos, as que entregamos, até as que nos negamos. Engano? Também não, todo tecido amassa...

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