Algumas cenas irreais, vividas apenas na criação do desejo e que valem arrepios, suspiros. Já não importa tanto se alimenta ou destrói o que não se vive de fato. As verdades ou mentiras, o que não se arrisca, o que não se quer. Tanto faz.. Eu não sei quem é você. Eu sei o que você me faz. Eu sei de mim e o que quis que eu guardasse de você. Veneno. Quando me distraio, quando me centro, nós jamais vamos tentar.Vai ser assim, tanto faz para mim, tanto faz para você.
O que foi deixado do lado de fora já não tem tanta importância assim. É mais árduo o que está do lado de dentro. Isso sim, é importante.
agosto 29, 2012
agosto 18, 2012
Eu minto, voce mente
Por outro lado,
ainda não me acostumei com as excêntricas mentiras. Nem com as minhas,
nem com as tuas. Talvez porque elas se confrontem, mas, se dependam. Mentirosamente
vazias e aparentemente casuais. As
mentiras têm suas verdades. Assim como as brincadeiras. Algumas tímidas. A
mentira pode ser uma defesa. Mas penso que só se mente quando alguma
verdade nos toma de assalto. Eu minto. Você
mente sobre as mentiras e as verdades que nos cercam e confortam. E no final de
tudo, ficamos sem saber o que os fatos nos mentiram.
Gosto doce
Ah, esse olhar certeiro
Esse abraço manso
O gosto doce, de nada
dizer
Balanço do corpo que me leva e trás, dançando
Ah, esse tudo seu
Quando me cerca de abraço
me lambuza doce
e baila em mim
Aflição de vida
Aflição de vida. De vez em quando
bate um desespero tão grande de viver. Viver mais rápido, mais intenso, mas
liso. Tenho receio de enrugar a alma. Não sei, parece que às vezes nos tornamos
reféns do tempo, amanhecer e anoitecer é um breve instante onde os olhos percorrem
tão ligeiros a paisagem da cidade. São prédios,
muros, árvores, calçadas, carros, pessoas e no meio disso tudo tanto silencio.
Um ousado silêncio. Como uma fotografia. Podíamos ser muitos de cada um. Quero
dizer sobre o verbo estar. Estar nos lugares distintos. Isto é onipotência? Meu
Deus, eu estou querendo ser onipotente e imortal ao mesmo tempo?Quero as
pessoas, quero devorá-las de vida, alegria na vaidade, e vaidade é quando se
valoriza o que se sente, é assim que eu sinto ar nos pulmões, eu sinto sangue
nas veias. Quero tomar aquela taça de
prazer com você, aquele gole de sorriso naquele momento entre o amanhecer da
aflição e o anoitecer do desespero num enorme, inteiro, intervalo do entardecer.
agosto 15, 2012
Desate-se
E para que tanta escolha se nas almas não cabem divisões
E para que tantas voltas e se para a vinda o caminho é um só.
Desate-se.
agosto 12, 2012
Presença
Tuas mãos
Meus seios
Teus braços
Meu corpo
Tua boca
Minha lingua
Tuas pernas
Minhas coxas
Tua voz
Meus ouvidos
Meus seios
Teus braços
Meu corpo
Tua boca
Minha lingua
Tuas pernas
Minhas coxas
Tua voz
Meus ouvidos
Arrepio
Minha boca
Tua nuca
Minhas mãos
Teu peito
Tua, minha, teu, meu
Cheiro, presença
Minha boca
Tua nuca
Minhas mãos
Teu peito
Tua, minha, teu, meu
Cheiro, presença
As artérias do meu deserto
A química do medo e da liberdade. A sensação pulsante de si mesmo diante do universo todo. A complexa questão de seletividade, carência e objetividade. As pessoas que nos rodeiam pelos olhares, acompanham pelos passos, e paralelamente pelas vozes, que ora estão muito próximas, oras distante a ponto de se perderem. O suor que se manifesta pela reação de prazer do risco e da superação. Atravessei meu deserto. Ainda terei muitos medos eu sei. A liberdade,quase sinônimo de felicidade, mora nas artérias.
agosto 08, 2012
Maldita memória
Já não me serve em nada, a não ser a maldita memória. Aquela que entre os dedos escorre o silêncio da ausência tua. E ainda que muito pouco me deste em troca, a maldita memória pertence ao gosto teu. E na mais absoluta distância deste exílio que sustento de você, a maldita memória faz morada. Um dia., quero ficar fraca, louca , esquecida, para não mais, nunca mais, lembrar do nada que me serviu.
agosto 07, 2012
Noite fria
Faz-me tua porque a noite é fria. Quando me ouriça a pele com teu cheiro, fecho os olhos e ofereço-me a espera. É você que eu desejo, é à você que me entrego.Suar com teus movimentos e umedecer a boca de ti.
agosto 05, 2012
Suspensa
Sinto tuas mãos no meu pescoço. Elas apertam minha garganta, me suspendem o ar e paralisam meu olhar no teu rosto.Te vejo tão perto, me olhando calado. Tuas mãos se encontram e contraem cada vez mais. A minha visão vai se tornando indefinida e retorcida. Teu rosto se afasta do meu, já não vejo e sinto tão latente a tua presença. Parece que ouço aquela música agora. Aquela que me imaginava entregue à você. É assim que me mata, é assim que morro.
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