março 18, 2009

Sentidos

Primeiro senti como uma maresia, alguma coisa que foi desnorteando,
como um saculejar em alto mar, durante uma tempestade.

Depois no chão, acordando dos sentidos perdidos,
vi que apenas tudo estava levemente entorpecido;achei que podia ficar em pé.

Escorando pelas paredes caminhei, e entre uma visão turva e um desejo de te enxergar, continuei caminhando ... enroscando meu casaco em minhas pernas e
tropençando em meus pés, que ainda mantinham calçados os sapatos de salto alto.

Senti medo, nojo, desprezo.. chorei demasiadamente tua falta.
Me julguei e culpei num sentimento bastardo.

Pensei.. se arrancar de dentro de mim, esvaziar , escorrer me livro desse nome, desse gosto, desse homem.

São apenas dois... dois pulsos...
Nem tão vermelho era assim o sangue.
Ou meus olhos e sentidos também já não eram tão fortes assim.

Não foi assim que te arranquei de dentro de mim .
Voce que me perdeu ... Tenho a cicatriz, que está aqui , tatuada para sempre em meu corpo.
É o motivo que me faz todos os dias lembrar que não há sangue que lave ou leve, o que o coração quando teimoso, demora em deixar de pulsar.

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