subtração

Me tira o folego  

tira  o chao

Me tira a razão de não evitar,

inebria

Engole, cospe

 

e nunca termina...

A Pedra

...e que ainda fossem as pedras

sentindo a água corrente contornando sua aspereza

mudando seu corpo de lugar

forçando peso para não flutuar, ou  se deixar apenas levar 

não parece  facil, mas não é impossivel.

tudo se desmancha, cansa... esfarela

o amor, a vida, a pedra...

Soletrar

Sinto  falta de apaixonar de verdade.
Sinto falta da troca  quente da paixao
Sinto falta  da vida  da paixão
Sinto  falta de estar
Sinto falta de ser...
Sinto falta ... de  soletrar....

Estado Vazio

É por dentro, sabe? É ali que me falto.

Tentação

Me provoca no silêncio. Guarda em mente, somente aquele pulsar.

Cio espalhado, corpo abraçado nos teus braços, e deslizando do alto da parede

até chegar no beijo ardente , transpiração...

Cilada

Chega de provocar as próprias ciladas. Há falhas nessa pretensão. O olhos já estão além e, embora teimem em ludibriar, não tem mais força para acreditar. Então desiste, entrega. Está inerte.Querendo acordar.

Proposta

É difícil me suportar. Sou um desafio eterno.
Queimo enquanto assopro.Teimosia lasciva
Um, dois, vários pecados
Um só castigo

Bem me quer...

Compulsivo pensar que atropela, engana, sangra

Negligencia da ação, desvio.

Aos poucos esvai-se de amor, de paixão, de tesão

Dilui-se na dor, o sabor

Deixa morrer, não mata. Ortotanasia

E quando se  percebe já não é mais forte...

Parágrafos

Não. Não sou monossilábica.
Tenho composto
Penso, falo, vivo, linhas, parágrafos.
São intensos, ardem em brasa.
Brinco na extensão.
Desliso em  longas aventuras
Busco altura nas sensações
Troco cumplicidades
Não represento desejos
Não mutilo vontades
Não tenho dono, me comporto

40º

Transpirar...sentir febre ..
Delirio de intenções, confusão de ações.
Reação intensificada de defesa,
Arrepio na pele, frio que seca a saliva
corpo que pede...

outra vez...

quando eu morrer  nos teus pensamentos

quando eu morrer  nos teus dias

permita  que essa distancia viva entre nós

e, quando  eu de alguma  maneira, reviver  em você

qualquer coisa  que intensifique a lembrança meu olhar,

meu pensamento  buscado, e você não puder tocar , não suportar

talvez eu queira morrer outra  vez...

 

 

Encaixe

Era  puro movimento.

Coordenados em braços, pernas

Era o teu suor invadindo minha pele 

Minhas mãos se agarrando no ar

Tuas  mãos se agarrando em mim

Era som do pertencer

Prerrogativa do instante

Consentimento de posse

Eramos loucos, lascivos

Eramos inesquecíveis assim

Cegueira

É a cegueira.
O corte profundo que se sabe,  invisível e visceral.
É o que carrega  na respiração quando oxigena o pensamento, e o pensamento vai  longe. Atravessa as proibições, os silêncios. Quer o mundo nos minutos que te soletro inteiro, devagar.

Veja

Veja.
Sentir é involuntário. Não se cobre por isso, não se esconda  disso.
Eu te amo até  onde alcança minha  lembrança.
Dos desenganos, as  ilusões
Das palavras ao silêncio
Dos dias, intervalos vagos, isolados
corpos, beijos, abraços
distante olhar calado, morrendo aos poucos
vazio, com sede, saudade ...

Zero Dias

Impossível desenganar o tempo.
Ele corre livre, transforma o espaço em vulto.
Você não o vê, mas sente.
Ele passa, te abraça, te laça, te vira do avesso.
Ele não se entrega. Continua.São zero dias sempre.
Para cada dia que passa, para dia que acaba
Para cada  dia, dúvida, para cada dia dia vida...

Maybe

E por que te pertenci, te vi como desejo meu.
E por que te perdoei, muitas, várias, inúmeras vezes, me castigou.
E porque não te esqueço, não te ignoro, não te desprezo?
Talvez seja porquê, eu seja  eternamente  tua, de maneira tal, que toda mágoa , toda culpa, toda ausência, está em todo  instante que respiro. Que respiro meu ar, enquanto eu vivo, eu te vivo.

Tortura

É sombrio e desesperador.
É vazio e sonhador
É a vastidão da ausência, num sopro de esperança 
Um cantar de sussurro 
Em tua carne está minha fraqueza,
Mas não me desnuda só dela
É pior, me rasga nas feridas 
E quase morta me procuro a toda sorte
Saio do meu juízo e busco na tua boca 
palavras enroscadas nas letras
És a tortura.

Realmente

Não. Você não sente nada.muito menos, realmente.
Não sentiu amor, não sentiu carinho, não sentiu sentido e sentimento algum.
Não distingue seus obstáculos de seus fracassos. Suas mentiras tem raízes.
Tua a culpa se molda na justificativa de aceitar assim.
Você não sente nada, muito menos,  realmente, por  alguém

É o CIO

é o cio

é a pele, o pelo

a língua quente

a sombra  da  silhueta

os movimentos lentos  

ardentes..musicados

a marca  dele 

que escorre nela

espalha, penetra pelos poros

arrepia, geme

adormece entrelaçado

o orgasmo

é o cio

saciado...

ETA

Amor é uma necessidade que compadece de dizer eu te amo, e que vem das entranhas do momento, no sopro dessas palavras, quando se desarma da continuidade que se pretende ter, mas  não se confessa a pretensão, porque  o amor  já é delator. Aquela  saudade pré sentida, aguda, cortante que se instala logo do depois do som...do eco do dito. Dito entre as singulares afirmações, verdadeiras  entre si. ETA

VERMELHO...

vermelho ardente,longe,quente
vermelho sobre,contraste, carmim
vermelho  proibido, esquecido, somente
vermelho pra mim...

quase segundo...

Já não há diferenças..nem há limites

tudo foi rompido ou corrompido

em sua  superfície o silencio

em sua essência  orgulho

já  não há medo, nem espera, só um vazio

e  naquele  trecho da  melodia

a parte que me diz, e a mesma  que te traduz

"as vezes  te odeio por quase um segundo

depois te amo mais"....

Encanto

Infinita é tua  sombra que segue comigo trocando passos.

Latejante é tua voz nos meus ouvidos, porque que não sei te interpretar.

Tenho a doçura nos olhos, a inquietude dos lábios
Tenho a alma embriagada das mentiras pelas quais me encanta 

Recomeço

Busco e  rebusco o começo do recomeço.
É um tanto de pouco, que não me basta e não me chega...
É um quase nada que  atormenta, um tudo que salienta.
É começo sem fim.