Sim, existe uma contraditória
ação e reação para a consequência de amor e paixão. O sexo. Assédio e flerte devem
ser exageradamente sensuais e inteligentes, para serem provocativos sem que se
tornem enjoativos. Há de se despertar o
tesão pelo timbre da voz, a masturbação
pela criação de situações, e fomentar o desejo . Mas, de nada adianta isso tudo
se, em ocasiões paralelas, em algum ponto qualquer, não se transformarem em cruzamento. A transa , o sexo tem que
ser além de bom. Tem que saltar na memória,
pelos próximos dias. Na memória completa,
não na seletiva. Na sensação do beijo
que arde, na pegada que segura o
corpo e diz a que veio, na respiração, gestos, movimentos que faz a romanticidade do cio. Ai, sim, o sexo vem no volume do
membro, na destreza da língua, na flexibilidade das mãos e então na
transpiração, encenação, sim , porque sexo é exibição. E se é assim, visto,
sentido , desejado e descrito, parar por que? A fogosidade , lascividade tem
que ser gerada e cumprida. O perigo, o gosto da luxúria, é poder fazer deste
encontro, o gozo. O difícil é manter as vias de brincar perigosamente. O que fica
impossível se não correr riscos. Se não provocar, surpreender, tomar pra si,
além de projetar palavras, casualmente, pensamentos
distantes de ações. O cio é promiscuo e romântico.
E o desejo uma semente. Se quiser que ela cresça, regue-a. Para ter uma amante e
chamar de sua é preciso que a faça sua.