dezembro 30, 2012

A vida é assim


Ah! Da licença .Eu estava querendo entrar na sua vida. Vi seu sorriso entreaberto e nele a timidez de um desejo, num convite sereno.Era  tão prometido em palavras e passos, quando ainda indeciso me fitava um olhar, um abraço. Almas que se encontram com estranheza e ressabiadas pela correnteza.
É isso
O frio na barriga a espera
Nossas caras de bobos
As ideias correndo
O corpo chamando
O risco que acompanha
A forma que se atrai
e se desvenda devagar
e como sente soltar
deixar viver
experimentar
desconsertar
a vida é assim
um viver
pra se encontrar

Meus dias

Aquele adeus. A frase que movimenta  nos lábios sem voz, só sentida no olhar, dita pela alma e a distância correndo o asfalto, veloz, sem obstáculos; deixando para trás paralisado o instante que confessou.... Te amo. Tem dias que o choro é frágil, e vem. Tem dias que fortalece. Tem saudade que não passa, revira. Tem cheiro, jeito, silêncio, até vazio, teus, nos meus dias. Aquele olhar que se dissolve no concreto, carros, faróis, avenidas. A música que não tocou, porque são todas, qualquer uma, uma.. Aquele adeus sem som, monocromático, que correu esquinas, ruas, caminhos, vida inteira para confessar... Te amo.

dezembro 28, 2012

Para dizer e disse...

Quero te mostrar a vida. Do pouco que aprendi valer a pena. Quero te mostrar o simples, que é real. Quero fazer valer todas as coisas mais superficiais que me disse, porque depois, vai passar, anjo. Eu sinto o gosto do teu beijo, do teu corpo, da tua inocência de menino, que fez ressurgir a minha inocência de menina; sem que eu tivesse me preparado para isso. Deveria ter continuado a duvidar de tudo. Mas, como? Contos de fadas existem sim, se você acreditar neles. Se a tua audácia for superior ao teu conforto, se a tua vontade for maior que teu medo.Os contos são desejos, e desejos existem para que possam ser vividos. Simples e real.





Fim da conversa no bate-papo

Feito anjo

Ela foi descobrindo que não tinha essa propriedade de desprendimento  Ao contrário, o que lhe cabia era cada vez mais a entrega despercebida.Tinha uma ingenuidade de viver. Acreditava em ilusões e as criava, frágil , inocente, dos olhos que a fitavam, dos lábios que a tocava na alma. Ela não contava o tempo, nem sabia  quanto era seu. Ela só queria a paixão. Era só paixão.Qualquer coisa tão frágil quanto a ilusão. Sua mão soltou do tempo  e ela, agora dorme feito anjo.

dezembro 25, 2012

Conto de fadas

Conto de fadas. Mãos entrelaçadas. Beijo com paixão, Afeto, solidão. Estranheza da estupidez que acalenta  defesa nos versos. Qualquer coisa mais ou maior. Mais  lento que o vento, mais leve que a brisa , tua boca no silêncio cheio de vazio. Invenção. Querer de culpa. Pecado do amanhecer. Procura. Busca. Sorriso, suspiro. Presença da ausência, fantasia.

dezembro 24, 2012

Parecia que era


E aprecia que era agonia. Mas não era. Nem agonia nem fadiga. Era a vida que consumia. A intensidade das verdades,qualquer coisa maior que as palavras diziam. Ele não sabia. Ela não mentia.E então parecia que era qualquer coisa vazia.

dezembro 20, 2012

Meio amargo

Você não conhece metade de mim. Da loucura, da vontade, da fantasia, do orgulho. Você não sabe da força , da coragem , da essência. Você duvida, desdenha e provoca,  Eu somo tudo. Meço palavras, as minhas e as tuas. A metade que acha que  já viveu de mim é um recorte dos delírios, algo que não se alcança. se não se jogar. O perigo não é algo que se faz por covardia. O veneno, não é algo que se guarda sem destino.  A dormência vem com o tempo. Ninguém esta a imune a se surpreender, pela ausência, pela saudade, pelo vazio.

dezembro 16, 2012

A tua , a sua...

Sabe o que eu queria.? Eu queria não ser  responsável.Queria apenas ser alguém à quem você viesse, pra ficar. Queria ser a sua, a tua. razão... Sabe o que eu queria? Queria me desvencilhar dessa coisa de pensar , imaginar, eu queria viver teus momentos, não defini-los, compreende-los. Eu queria não ter saudade, não  desejar assim. Queria suportar calada. É difícil quando o mundo te enxerga forte e na verdade você é tão igual aos que sentem  medo. Eu queria sair da fantasia, quebrar impossibilidades, transcender obstáculos. Eu queria o teu riso, sorriso. Eu queria teu soluço indefeso, tua coragem.Teu pensamento distante, para  perto de mim. 

Hoje a tarde...

Lembro do dia, da tarde em que teu olhar me calou. Não havia um único som musical, composto. Só  o nosso. Me recordo daquele silêncio lascivo e das tuas mãos  nas minhas coxas. Sinto ainda a tua língua  Nos teus braços a força . Teu músculo  invadindo meu corpo, arrepiando minha pele, e respondendo as minhas luxurias, todas. Sussurros, segredos, posse e submissão. Transpiração. Teu beijo é algo fascinante. A imensidão do tempo em segundos.Quando minhas  mãos percorrem abdome , seios, espalham você em mim, seu sorriso é largo, como de um menino, que vem devagarinho e se aconchega nos braços de uma mulher. Um menino que  abraça, se lambuza. Depois corre, vai. Quer voltar mas antes, tem que ganhar de si mesmo. Ainda assim, minhas coxas estão  marcadas com as linhas das tuas mãos, meus olhos com a tua retina. Hoje a tarde, quero a composição do silêncio teu..

dezembro 15, 2012

Eu quero

Quero teu abraço homem. Teu jeito  menino. Não sei como é ir adiante. Nunca fui. Sim, tenho receio. A noite, queria ter a mais completa inocência da espera. Você me diz, eu ouço. E assim o tempo passa, a única coisa é que os dias se vão de verdade. Anjo, tenho teu cheiro, teu  gosto, teu olhar e só. Dias que se foram. Agora, aqui  não ouço, e talvez não deva  mais esperar  a noite chegar. As vezes é preciso calar. As vezes, não.

dezembro 12, 2012

Acaso

Era um acaso, totalmente sem pretensão, qualquer coisa entre...ah,entre o que cada um considera casual.. Ideias, palavras, situações. E então semelhanças, afinidades. Compartilhamento. A sequência é sem duvida a negativa . Depois, a ponderação. O tempo de intervalo entre uma ação e reação, é indeterminado. É preciso digerir, para compreender. E então, talvez, aceitar se tiver coragem ou  negar se a covardia prevalecer. E vem a questão.Certo ou errado? E a resposta, não há. Novamente a dúvida. À quem ou a que recorrer? Aos seus desejos,  anseios, verdades, riscos, à ninguém. Não há certeza que possa garantir nada. O tempo faz ou desfaz  tudo. Por isso, o acaso... O acaso é uma eternidade que vive o enquanto, e não o para sempre.

dezembro 09, 2012

Pra voce, anjo

Aquele me desperta ingenuidade de menina. Pra você que transformou impossibilidade em surpresa, tesão. Pra você., que hoje dedico minhas fantasias, desejos, promessas não...momentos sim;muitos, intensos, extensos até, enquanto recíprocos. Pra você que me ressuscita. Pra você que quando digo, amo...amo  mesmo,  e   é como eu sinto e como você entende que é...
Pra você... anjo

dezembro 04, 2012

vida de menino

Certo tempo na minha vida eu conheci um homem, enquanto ainda  era um menino. Só fui me dar conta disso agora, tantos anos depois. Mas é assim mesmo, a gente as vezes leva uma vida inteira para saber, perceber  coisas e pessoas. De vez em quando a descoberta é boa, de vez em quando não. Mas, certo mesmo, é que mesmo ainda sendo um menino, tinha tanta audácia de si, que simplesmente agia. Era um menino que se transformaria num homem, um dos mais ousados que já vi, se não, o único. Engraçado como a lealdade nos dá estranheza, soa como ofensa, humilhação, qualquer coisa entre o inadmissível e o verdadeiro. Ele nunca se escondeu. Eu achava que não valia nada, hoje penso exatamente ao contrário. É, já diziam que o tempo é o senhor da razão. Nunca assisti de tão perto, a ponto de viver uma paixão que pudesse transpor qualquer pudor, qualquer covardia, qualquer coisa de qualquer coisa que pudesse proibir de sentir. Engraçado que eu duvidava disso até  bem  pouco tempo. Acho que foi ele que despertou em mim essa intensidade e que carrego até agora. Vivemos como dois amantes. Brincamos, brigamos, sorrimos e o melhor, nos permitimos ser um do outro. Criamos vida, não geramos uma, vivemos as nossas, juntos. Não o teria de volta, já  passaram muitos horizontes desde então. Ainda nos falamos vez por outra. Eu continuo,  e acho até que é de fato reciproco, dizendo que o amo, mas não como foi. Hoje eu o amo diferente. Não amo os resultados que  conquistou, amo  sua autenticidade, sua coragem, sua entrega, sua auto estima. E quanto mais eu vivo e observo, mais eu assisto um processo inverso. Conheço homens que ainda são apenas meninos.

novembro 27, 2012

Amantes do Cio




Sim, existe uma contraditória ação e reação para a consequência de amor e paixão. O sexo. Assédio e flerte devem ser exageradamente sensuais e inteligentes, para serem provocativos sem que se tornem  enjoativos. Há de se despertar o tesão  pelo timbre da voz, a masturbação pela criação de situações, e fomentar o desejo . Mas, de nada adianta isso tudo se, em ocasiões paralelas, em algum ponto qualquer, não se transformarem  em cruzamento. A transa , o sexo tem que ser  além de bom. Tem que saltar na memória, pelos próximos  dias. Na memória completa, não na seletiva. Na sensação do beijo  que arde, na pegada  que segura o corpo e diz a que veio, na respiração, gestos, movimentos  que faz a romanticidade  do cio. Ai, sim, o sexo vem no volume do membro, na destreza da língua, na flexibilidade das mãos e então na transpiração, encenação, sim , porque sexo é exibição. E se é assim, visto, sentido , desejado e descrito, parar por que? A fogosidade , lascividade tem que ser gerada e cumprida. O perigo, o gosto da luxúria, é poder fazer deste encontro, o gozo. O difícil é manter as vias de brincar perigosamente. O que fica impossível se não correr riscos. Se não provocar, surpreender, tomar pra si, além de projetar palavras, casualmente,  pensamentos  distantes de ações. O cio é promiscuo e romântico. E o desejo uma semente. Se quiser que ela cresça, regue-a. Para ter uma amante e chamar de sua é preciso que a faça sua.

novembro 18, 2012

Teu beijo

Não me dê razão. Não me dê incertezas. Não há promessas. Há momentos, e que sejam momentos únicos. Não quero as sequelas, nem mesmo o tão pouco e escasso tempo, espremido entre as horas, as buscas, as desculpas de ir e vir. Não me magoo mais pelo pelo que sei, minha proposta é outra. Antes onde tinha medo, agora  mora decisão. Sim, aparentemente posso parecer dura. . Eu aceito toda e qualquer condição quando esta couber na verdade que me diz. Não te darei a minha razão, nem a minha incerteza.

novembro 11, 2012

Borboletas

Antes, vistas de seus casulos. É impressionante a transformação, o acontecimento, o nascer, despertar. É inenarrável  como desabrocha assim , linda, colorida, livre. Voar é muito mais do que alcançar os céus, ir alto. Quase ninguém pode ouvir o tilintar de suas asas, mas  a maioria  deseja ter sua dança  envolvendo o olhar. Eram só borboletas. Borboletas no olhar, no timbre de voz, borboletas no acaso...

Tempo

Precisamos de tempo. Tempo para  alinhar o que vem de encontro a urgência da vida. Encontrar-se. Tempo para as surpresas, para os não previstos.Tempo para respirar um pouco mais do que o ar. Precisamos de tempo para identificar, conhecer, lidar, aceitar, viver ou entregar. Tempo é quase tão difícil quanto ao não, quanto a dolorida tarefa de esperar, quanto a reticente maneira de deixar, deixar...Tempo é sinônimo de tantas coisas, da audácia a extrema covardia, da defesa ao ataque, da vitoria ao fracasso, da liberdade ao cárcere. Do dia a noite. Tempo. Fugaz  Brando. Tempo que não promete, conquista. Tempo que não despede, conta histórias vividas.

novembro 03, 2012

Cálida

 Eu não penso eu sexo, eu faço. Existem os que acreditam em posse, existem os que precisam acreditar em ser possuído. É preciso saber  provocar a lascividade.Qualquer coisa que começa  além do mais simples, aparentemente ingênuo mas, maliciosamente proposital. Todo mundo tem fantasias, fetiches. Todo mundo sussurra desejos, mas nem todo mundo pode permiti-los. Nem todo mundo é permissivo. Não  é promíscuo, é apenas e naturalmente prazeroso. A descrição do gozo. O arrepio da pele, o calor da língua, a força das mãos, a intensidade do olhar, a condução dos movimentos, o suor dos poros , o arfar da respiração, o desfalecer. É como embriagar, exceder, performar, transformar em único, lume. Simples?Talvez.

Os dominadores....

Homens, e então, são realmente frouxos. Não, não me refiro ao comportamento sexual, ou  tão somente em peso dele. Mas ao todo de sua composição. Outro dia ouvi um " mulher é bicho complicado", pensei que machista. Em seguida retrucado, e homem é bicho animal. Naquele momento pensei que estivesse dentro do equilíbrio. Mas, não. Mulher é não bicho, muito menos complicado. Mulher tem orientação, postura, definição, atitude; coisa  que desconforta os homens que também, façamos juz , não são animais. Os animais reagem, os homens fogem, afroixam. Basta que tenham  um só instante para testar seu jogo de cintura , sua tão exaltada esperteza e tão soberana malicia masculina... ficam frouxos... Seria até trágico se  não acabasse por se tornar cômico ou  ainda o seu próprio inverso. Sim,  há um defeito feminino, se deixar levar além da variável de simplesmente não desconfiar dos homens. Mas, antes  mesmo de  poder  desconfiar, vêm a decepção. E o pior é que depois que se sentem desprezados, passam a fazer aparições como se tivessem sido grandes conquistadores. Eu ainda não sei bem de qual  frustração se defendem... Pois se me dissessem que só fazem isso com algumas mulheres , eu diria que só com aquelas que  temem , pois as que julgam inofensivas, são as que ele se orgulham de sentir dominadores

outubro 27, 2012

Hoje Excêntrico

Eu tenho um temperamento excêntrico, teimoso. Gosto de ter o que quero, quando e nada hora que quero. Detesto esperar. A vantagem disso para quem tem excelente percepção é  que vai me dominar em breve. Acontece que poucos tem essa percepção, e isso me cansa. De maneira tal, que acabo por  entregar. Gosto de temperos  fortes, de raciocínio rápido, de desejo ardente. Gosto de pulsar. De comando. Penso que seduzir é mais do que ganhar por um dia ou pouco mais. Gosto, gosto muito. Nos momentos em que não pude estar com você, pensei na minha  língua desenhando teus lábios, enquanto meus olhos  fitavam os teus de um jeito hipinótico. Pensei que teus braços estariam segurando meu corpo, refém, e que nem por um único instante eu tivesse desejado resgate. Estou com  aquela sensação de que foi e nem ao menos um dia vamos nos encontrar outra vez. Já sentiu isso? É, eu disse, sou excêntrica e a excentricidade é exagerada. Não quero promessa, quero o agora,. e se desejo isso é porque involuntariamente talvez , tenha me dito isso. Quando? Não tenho a menor ideia. Se  valorizasse datas faria um calendário. Para o agora  eu sei,. queria estar dentro dos  teus braços, tua boca, tuas pernas, teu momento, teu olhar, teus pensamentos, teus medos, tua coragem, tua vontade. Depois eu não sei.. Quero o hoje, na minha teimosia, na minha excentricidade, na tua vida.

outubro 23, 2012

obscenidades

Hoje ouvi obscenidades. Tantas que me perdi e quis correr ao encontro delas. Embora fossem parte de uma enorme luxúria, que talvez, pudesse meio a omissões, crescer, enraizar, mas ainda assim, só obscenidades. E de todas elas, eu gosto. Provocativas, desafiadoras, longe de se mostrar desnudas do jogo de sedução, mas ingenuamente, além. Com intensidade a flor da pele. Troca de palavras e frases, que incitam, excitam, mãos, línguas, cabelos, olhares, pura sensação de domínio. Não tenho medo do jogo. Não busco a conquista porque não considero a perda. Me interesso pelo conteúdo, perverso, obsceno.

outubro 22, 2012

Ímpar

Parece que não tem definição. É por que não sabemos definir de fato. Algo que surpreende, desafia enfeitiça, e vem selvagem. Algo assim, como se necessário fosse correr, correr muito,  desesperadamente para fugir; e logo ali, um passo a frente encontrar sem ter mais  para onde ir,  a indefinição. Necessidade de ter no olhar, na respiração ofegante,  na ponta  da língua que busca a carne do lábios, assutada e provocativa. Não, não tem mesmo definição, Talvez a explicação seja  possuidor , devastador, e deliciosamente singular.

outubro 20, 2012

Provocação Subliminar ?

Ah... mas eu queria muito te provocar de um jeito que só nós dois sabemos. Mas também, pra que, não é? Para apenas e tão somente, dizer, insinuar? O bom de se provocar e ser provocado é quando nenhum dos dois lados dessa história tem ressalvas, obstáculos criados, imaginados ou   justificados...Para que a provocação seja um momento de desfrute , não um critério de avaliações. Já vividos alguns anos, aprendemos que o bom da vida é o que dela permitimos que seja.

outubro 19, 2012

Sonho Bom

Eu sei, que anda tendo saudades, buscando pelos cantos dos guardados, coisas de nós; momentos que nos demos, trocamos. Quieto, amordaçado em seus próprios conflitos contesta ao mesmo tempo que deseja. Que difícil deve ser viver do lado de dentro, o contrário do que vive lado de fora. Se há no mundo alguma coisa, qualquer coisa que seja  insubstituível, isso eu chamo de vida. E para ela eu vivo. As vezes vivo  um pouquinho em você, mas apenas quando esta  dormindo. Porque assim quando acordar, terei sido só um  sonho bom.

Você ouve?

Você ouve?
É meu silêncio. Não  é necessariamente meu consentimento.
Também não é minha abstinência. É só o efeito, do contexto
complexo de momentos. Alguns em sólidos movimentos,
outros extensas e lineares passagem de minutos.
Para mim, são os meus
Para você os seus
Enfim.

outubro 15, 2012

Senha secreta

Eu procuro sentir na  música os movimentos de nós dois, jeito de guardar a sensação presente, presença de você. É  algo como senha; qualquer coisa pessoal e intransferível.  Você pode ter outras canções e braços, outras senhas não importa. Em qualquer tempo, intensamente real ou  buscando indiferença. A musica é perpétua, assim como a  memória, assim como todas as coisas que desejamos tornar infinitas.

outubro 13, 2012

Pertença

Do corpo, a música
círculos, movimentos
Da boca, a língua
selvagem, úmida
Dos olhos, a direção
intensão, expressão
Ouça
Pulse
Siga
Pertença 

Envelhecendo

Enquanto você fica ai, pensando, e de tanto pensar envelhecendo, eu vou  ali ousando, descobrindo  muito mais que a razão, aprendendo a  vida, emoção, paixão. Para  cada dia de abstinência tua, eu ganho eternidade de um olhar, de um sorriso. Para cada pensamento teu, longe, eu  trago o abraço perto. E assim, ao envelhecer o tempo, um dia no pensamento, morreremos em paz .

outubro 11, 2012

Poção Veneno

Um dia, todos os homens aprenderão que conquistar  uma mulher é muito mais do que satisfaze-la. Mora  no intimo de cada uma , a espera de ter desvendado o seu cerne, sua magia, sua essência. Fórmula secreta, cuja poção somente os sábios homens, guardam. O que delas, quem sabe o veneno, quem sabe  não...

Relatos



Eu ainda quero. Quero o agora que ficou diluído naquela noite, o nunca que chegou em todos os dias que se passaram, o talvez que vagueia. Passo pelas mais variadas traduções, questões, ponderações, insinuações e não vejo motivo sequer para pensar em você. Não preciso de motivo algum e se houvesse um só, me livraria dele, de maneira tal, que em tempo algum pudesse sequer saber ou reconhecer você. E sabe por quê? Porque sinto uma enorme falta daquele nada que você tem, daquele nada que me oferece. daquele nada, que  jamais vai  se estender além  daquela noite, que ainda se dilui, na mais variada forma de te querer.

setembro 29, 2012

Trecho Notívago

Eu queria a insônia da razão para não errar. Até a romanticidade tem imperfeições. Sua construção é ímpar no jogo de pares. Não precisa  entender, não há exata compreensão. Em um momento qualquer teu silêncio dorme no meu. Inevitável,  inefável.

setembro 23, 2012

Quarta feira de cinzas

Tem pessoas lentas. Lentas de dizer, fazer, lentas até de alma. Daquelas que andam,andam e nunca chegam a lugar algum. Daquelas pessoas que são sua própria multidão. Pessoas que exploram e se agarram no vento, porque jamais mergulham de fato, só plainam. Pessoas que desviam de si. Lentas para enxergar, lentas para ouvir, lentas para viver. Não existe perfeição. Nirvana é uma palavra. Existem muitos outros princípios que antecedem essa condição. Existem pessoas que arrastam fantasias na quarta feira de cinzas.

setembro 21, 2012

Livre

Não menti nem inventei. Quer dizer, só para mim e não te participei. É que não julguei necessário pois já era tão estampado numa cena para justificar o permissivo prazer sem culpar a mim. A culpa é toda tua, que não soube entender. Eu só disse que era  assim com intensidade  porque sua validade era o momento seguinte. Sóbrio, fraco, sequer sobrevivido. Agora não pretendo ir adiante, ou talvez não todos os dias pensar em ir. Indefinido é o nome. E para que ser mais que isso? Eu sou tão simples. Não vejo incógnita, ressalvas ou segredos. Não desoriento. Não quebro regras, porque  não as sigo. Gosto de sentir a língua passando pelos lábios, melhor quando é a outra. Há muito deixei de sentir o pulsar do coração,mas o brilho do olhar, não.

setembro 20, 2012

Pelo imoral

Ah, queria dizer sobre tantas coisas. Sobre a vontade de dizer o que se mede o tempo todo, sobre a saliva que se guarda.. Queria  mesmo era estourar pelos poros e gritar. Não queria protocolos ou  compromissos. Queria ser feliz, agora, dia, momento. Tudo poderia nascer e morrer no mesmo instante. Na língua perturbadora do teu beijo, na saliência da tua mão. E o que não é moral, é o que ? Prazeroso. Delicioso. Intenso.Quantas questões do passado respondemos no presente sem sequer ter as mesmas opiniões de antes. Vida .Hoje, faria loucamente o que ficou e o que está por vir. Lê-se tanta semelhança, concorda-se com tanta reflexão, e pratica-se tão menos que tudo. Desprender-se de quase  nada, parece muito. Estou naquela fase da vontade e da certeza desengano. 

setembro 16, 2012

Distraída

Vem assim silencioso, rasteiro. Toma o chão pelos pés que sustenta a vértebra. Percorre a espinha. É pleno, forte, corrente. Nessa brincadeira de sentidos, perde-se a hora. Num jogo de sedução e domínio o corpo não se defende, a mente  não ataca. No tabuleiro, nossas peças espalhadas, sem estratégia nenhuma. Vida, somente vivida. Desregradamente linda e provocativa, descalçada, distraída.

setembro 10, 2012

Me instiga

Me instiga te saber na minha cama. Ler tua respiração enquanto me percorre.Gosto do caminho das mãos ao encontro da pele, e quando buscam o quanto encontram Ardo no beijo pela língua que enrosca  na minha e provoca arrepio no corpo, onde pertenço.

agosto 29, 2012

Tanto Faz

Algumas cenas irreais, vividas apenas na criação do desejo e que valem arrepios, suspiros. Já não importa tanto se alimenta ou destrói o que não se vive de fato. As verdades ou mentiras, o que não se arrisca, o que não se quer. Tanto faz.. Eu não sei quem é você. Eu sei o que você me faz. Eu sei de mim e o que quis que eu guardasse de você. Veneno. Quando me distraio, quando me centro, nós jamais  vamos tentar.Vai ser assim, tanto faz para mim, tanto faz para você.

agosto 18, 2012

Eu minto, voce mente


Por  outro lado,  ainda não me acostumei com as excêntricas mentiras. Nem com as minhas, nem com as tuas. Talvez porque elas se confrontem, mas, se dependam. Mentirosamente vazias  e aparentemente casuais. As mentiras têm suas verdades. Assim como as brincadeiras. Algumas tímidas. A mentira pode ser uma defesa. Mas penso que só se mente quando alguma verdade  nos toma de assalto. Eu minto. Você mente sobre as mentiras e as verdades que nos cercam e confortam. E no final de tudo, ficamos sem saber o que os fatos nos mentiram.

Gosto doce


Ah, esse olhar certeiro
Esse abraço manso
O gosto doce, de nada  dizer
Balanço do corpo que me leva e trás, dançando
Ah, esse tudo seu
Quando me cerca de abraço
me lambuza  doce  
e baila em mim

Aflição de vida


Aflição de vida. De vez em quando bate um desespero tão grande de viver. Viver mais rápido, mais intenso, mas liso. Tenho receio de enrugar a alma. Não sei, parece que às vezes nos tornamos reféns do tempo, amanhecer e anoitecer é um breve instante onde os olhos percorrem tão ligeiros a paisagem da cidade.  São prédios, muros, árvores, calçadas, carros, pessoas e no meio disso tudo tanto silencio. Um ousado silêncio. Como uma fotografia. Podíamos ser muitos de cada um. Quero dizer sobre o verbo estar. Estar nos lugares distintos. Isto é onipotência? Meu Deus, eu estou querendo ser onipotente e imortal ao mesmo tempo?Quero as pessoas, quero devorá-las de vida, alegria na vaidade, e vaidade é quando se valoriza o que se sente, é assim que eu sinto ar nos pulmões, eu sinto sangue nas veias. Quero  tomar aquela taça de prazer com você, aquele gole de sorriso naquele momento entre o amanhecer da aflição e o anoitecer do desespero num enorme, inteiro, intervalo do entardecer.

agosto 15, 2012

Desate-se

E para que tanta escolha  se nas almas  não  cabem divisões
E para que tantas voltas e se para a vinda o caminho é um só.
Desate-se.

agosto 12, 2012

Presença

Tuas mãos
Meus seios
Teus braços
Meu corpo
Tua boca
Minha lingua
Tuas pernas
Minhas coxas
Tua voz
Meus ouvidos
Arrepio
Minha boca
Tua nuca
Minhas mãos
Teu peito
Tua, minha, teu, meu
Cheiro, presença


As artérias do meu deserto

A química do medo e da liberdade. A sensação  pulsante de si mesmo diante do universo todo. A complexa questão de seletividade, carência e objetividade. As pessoas que  nos rodeiam pelos olhares, acompanham pelos passos, e paralelamente pelas vozes, que ora estão muito próximas, oras distante a ponto de  se perderem. O suor que se manifesta pela reação de prazer do risco e da superação. Atravessei meu deserto. Ainda terei muitos medos eu sei. A liberdade,quase sinônimo de felicidade, mora nas artérias.

agosto 08, 2012

Maldita memória

Já não me serve em nada, a não ser a maldita memória. Aquela que entre os dedos escorre o  silêncio da ausência tua. E ainda que muito pouco me deste em troca, a maldita memória pertence ao gosto teu. E na mais absoluta distância deste exílio que sustento de você, a maldita memória faz morada. Um dia., quero  ficar fraca, louca , esquecida, para não mais, nunca mais, lembrar do  nada que me serviu.

agosto 07, 2012

Noite fria

Faz-me tua porque a noite é fria. Quando me ouriça a pele com teu cheiro, fecho os olhos e ofereço-me  a espera. É você que eu desejo, é  à  você que me entrego.Suar  com teus movimentos e umedecer a boca de ti.

agosto 05, 2012

Suspensa

Sinto tuas mãos  no meu pescoço. Elas apertam minha garganta, me suspendem o ar e paralisam meu olhar no teu rosto.Te vejo tão perto, me olhando calado. Tuas  mãos se encontram e contraem cada vez mais. A minha visão vai se tornando indefinida e retorcida. Teu rosto se afasta do meu, já não  vejo e sinto tão  latente a tua  presença. Parece que ouço aquela música agora. Aquela que me imaginava entregue à você. É assim  que me mata, é assim que morro.

julho 27, 2012

As cores

Eu gosto das cores, das que traduzem ,das que seduzem, das que enganam. Eu gostos das cores porque são  silenciosas, embora altamente expressivas. Eu gosto das cores; das opacas e das intensas. Eu gosto cores, tonalidades e nuances. Eu gosto do significado, ainda que por vezes agudo e  dolorido, dos muitos em que é  forte e macio. Eu Gosto das cores, as do teus lábios, olhos, pele.

julho 26, 2012

Fatias

É assim que o tempo passa, no alçar da balança do parque.
É assim que o tempo passa, estreito pela vidraça.
É assim que o tempo passa, nos desvios das certezas
...é assim que nos vemos,queremos, lembramos, e por fim esquecemos

julho 25, 2012

Calvagar do tempo

Que se debruce em mim, você. Que descanse os teus sentidos no meu colo, que pese o teu copro no meu, que transpire a tua pele na minha, que lambuze a tua boca com a minha, que eu me abrace no teu peito com as pernas, que o tempo nos misture devagar, e compassado nos cavalgue, até que chegue o silêncio e devore de nós o que não sabemos esquecer.



julho 22, 2012

Recuperando


Estou me recuperando. Voltando a pertencer  na  verdade frágil dos sentimentos complexos, das indecisões. Das misturas de sorrisos e lágrimas, da imaginação de ter e do poder de querer.  Estou me recuperando da ausência que foi  não  me  permitir. Estou em tratamento de alma, concedendo aos poucos as expressões de liberdade. Estou devolvendo minha inocência, meu bem querer, meu mal me quer. Estou deixando que pensem  de mim, não por mim, estou  desinteressando, me desobrigando  justificar  para quem, aquilo e o que não me corresponde. Estou me tornando sã em meio à doença. Estou descruzando os braços, alongando o corpo e  respirando diafragmaticamente, todos os dias.

julho 16, 2012

Pusilanimidade

Atravessava o corpo fazendo estremecer. Arrancava da pele o arrepio e, depois a sensação de ter cortado profundamente. Enrijecia, tensionava, repuxava devagar e continuamente.Parecia até que vinha de dentro e ia dominando tudo ao redor. Consumiu assim, as limitações dos gestos, a inibição da voz, a secura do olhar, até que não podendo mais caminhar, simplesmente parou.E foi se deixando tomar, adormeceu.

Vida & Morte

Existia um vazio entre as diferenças, e esse vazio era exatamente o que mais tarde eu pude saber, tão igual. Existia razões para tanto, também havia descontentamentos. Mas por dentro disso tudo, havia primordialmente vida. Hoje, aquelas diferenças, razão dos descontentamentos tão iguais aos de hoje, levaram o ar um pouco mais adiante do que a vida em matéria nos permite supor saber. Quem sabe sem ar, em algum lugar por onde ainda não passei, tudo seja tão idêntico quanto antes, apenas compreendido de uma maneira sem maior sofrimento por se aprender a viver.

julho 08, 2012

Decifrar…

Decifrar, ou …

mais selvagem

Existentes

Aconchego do banho quente. Água que escorre na pele, aquece pensamentos vaporizando corpos . Se há uma essência é a tua.
Ouça este silêncio do momento, a sós. Sinta este instante de almas. Nos torne existentes.

julho 07, 2012

Poção Mulher

Minha poção mulher. Brilho no olhar, lábios sedentos, abraço quente e calor para aquecer.Extasiar a presença. Provocar a permanecia de ter.Um convite de romanticidade.A romanticidade é para ser vivida. Um capitulo, basta que se permita,conheça e guarde. Minha poção mulher hoje exige malicia, Minha poção mulher exige seduzir. Minha poção mulher desafia, olhe nos olhos, inebrie no perfume e transforme sentidos em sentir. Momentos em segredos, nomes em desejos.Minha poção mulher está na fantasia das histórias e na realidade das tuas mãos.

Para terminar

E para terminar, adeus. Sem aceno, sem lenço, sem lágrimas. Apenas adeus, uma certeza que não tem intenção no vão do olhar que segue adiante. Nem mesmo um suave balbuciar nos lábios. O corpo movimenta através dos passos a ida, despedida. 
E alma,segue ou fica?

Falência

Me entreguei a noite. A quietude da sua escuridão, Ao silêncio de sua fantasia, Ao medo de sua presença, vazia. Me entreguei ao sussurros do breu, aos passos do pecado arrastado pelo medo da condenação. Me entreguei a falência da vida.

felicidade

 felicidade de alguém não pode ser vista só através capa que ela veste, na sua maneira de encarar a vida ; há de se conhecer um pouco mais desta pessoa, para saber de sua nudez, onde está a verdadeira semente da felicidade.

Tem dias

Tem dias que não se sabe. Tem dias que mesmo tendo um sorriso guardado, lembrança daquele beijo desejado e sentido no toque dos lábios, ainda assim, fica pulsando no peito certa angustia. Tem dias que há necessidade de jogara as mãos para o céu e tirar os pés do chão, de uma só vez, em conjunto. Tem dias que é melhor deixar o mundo girar com velocidade. Falta uma miudeza.Um detalhe, qualquer coisa que nem tenha notado ainda. Um pouco de tudo talvez.

junho 20, 2012

Véu

Nada além do que se possa sentir . Sentir é despreendimento de advinhar, deduzir, de enganar. Sentir é  sentir  completo, é se deliciar, lamber com olhos, abraçar com a boca. sorrir  com braços, tudo ao contrário e  misturado unicamente no sentido. Do jeito que couber no que se quer, do jeito que se sonhar, do jeito que vier, na maneira mais simples. Nada de pontuações determinadas, cobranças pré julgadas, importâncias desiguais ao que se permite e se  proíbe. Sentir é poder estar  presente no corpo, na pele, no pensamento da alma. Pode sair agora  de trás deste véu. Eu já posso te enxergar.

junho 15, 2012

Equações

Ontem , hoje , amanhã. Dimemsões  iguais e possivelmente opostas. Para cada uma, um trilhar de  espinhos e rosas. Saboreio a presemça e a ausência, porquê delas, somo em meus dias, e entre amanhecer e anoitecer, vou tecendo o seu significado, a sua potência, a sua existência em mim. Te  acuso e defendo, te desejo e desprezo. Lugar comum para quem mais vive do que planeja. A exatidão não precisa  ser dominante. Com excessão da matemática onde não cabe sentidos, só cálculos.

junho 11, 2012

Inesperado

Segue um aperto, um suspiro. Há um inverno inteiro que  subtrai a primavera, que eu sei, existe. Na ausência desse calor, de um olhar que diga,chame, envolva, permaneço  aguardando. Dias em que o peito acelera,  acendo a lareira  e espero, espero, que passe. Não sei onde está, nem quem és na verdade. Sei apenas que desfruta de mim no silêncio dos pensamentos e assim determinado, transcende em meus desejos de aquecer -nos. Virás, entre o esperado  e o inesperado, ao toque de uma estação qualquer.

junho 10, 2012

em vão

Não sei por quê me provocas. Não engoles do meu  mel, não repartes do teu frio.

Pulsar

De repente meus olhos atravessam no tempo e lá está... a sensação é de um abraço. Gosto quando meu corpo reage a lembrança.Há saudade,mas jamais serei ré confessa. Juntei o que nos demos, dos instantes de verdadeira nudez. Lindo era a fantasia de pertencer ao mundo. O mundo no beijo dos teus lábios.

junho 05, 2012

Gostoso de sentir

Esse sentimento que  poucos compreendem, não é singularmente amor,  paixão ou tesão; é calor no coração. É um bem querer de só querer, não de possuir. Algo que não precisa de defensiva, tratativa ou  retratação. Não se disputa  vitória, apenas se delicia  na conquista daquilo que é presente, daquilo que está. É a razão daquele olhar, movimento pulmonar, encaixe muscular,sentidos em  sintonia, que  ali mesmo reconhecem e correspondem. Nada imaginado, sugerido, supostamente enganado. Tudo visceral, e exato. Esse aparentemente inominável sentimento, eu costumo chamar de afeto. Despretensioso e  inesquecível.

maio 25, 2012

Exata

Descoberta do orgulho de não querer. Revogo dessa prerrogativa e submeto os dias a espera. Vejo os instantes e vou somando. Não imagino os próximos momentos como um pano de fundo. Desejo senti-los, valer-me do presente, o agora. Exata. Esqueci o medo, dispensei os sonhos, descartei  os planos. Mas, os percebo e compreendo, guardei  as verdades sobre isso.

Minuto

Ultimamente não sobra muito tempo para sentir e perceber quase nada. Com exceção de uma fisgada. Um reflexo da lamina que guarda um rosto, um gosto. Um lugar na agitada cidade, um silêncio atravessado na ilha de avenida, um vestígio de querer que captura minha distração no pouco tempo que sinto e percebo.Saudade

maio 10, 2012

Irregular

Do verbo saber eu sei. Mas se soubese do verbo voce, saberia do verbo estar. Penso que voce desconhece o verbo eu,  tanto quanto, assim, agrega a ausência do verbo estar, então permanecemos sabendo do verbo saber. Sabemos e conjugamos em nosso infinito pessoal, e só.

maio 09, 2012

fragilidade nociva

E era assim, algo que vinha de algum lugar imaginado, e sendo desta maneira, tudo que se criava passa a ser. Maneira de envolver o que não exista. Acreditar. Até que de uma vez, feito uma foice, de uma ceifada só, acertou-lhe a raiz. Não precisava mais inventar, imaginar, apenas que pudesse viver, e sentir os seus sentidos, os seguros e os inseguros, sem medo. Rompeu-se a fragilidade nociva.

abril 28, 2012

Me fale...

Me fale da vida. Das ranhuras, linhas, dessa pele, desse corpo. Me fale dos anseios dos desprezos, das lágrimas que já lhe percorreram a face caindo dos olhos, as vezes, do sorriso. Me fale dos pensamentos que vagueiam nas frestas dos dias. As pessoas deveriam descobrir o afeto. A despreocupação do valor da conquista humana como pertence. Deveriam apenas  ter vida, calor, desapego. Não, não pense em desapego como  indiferença, pois  não é. É somente um jeito puro de sentir o que está no presente. Mas, me fale da vida. A que te guarda ou ainda, da que te vive.

abril 08, 2012

Vênus

Só por hoje, entregue. Só por hoje vênus. desnuda.
Assim como a tua vontade, proibida a minha, perpendicular e  permissiva, voluntária e ciente.. De encontro ao meu desejo, comunhão da  nossa  promiscua libido.Sinto tuas mãos, distantes, se aquecerem. Num estimulo  do pensamento, meu, no perfume, na voz da  memória, na musica aleatória que  invade a noite, a tua  noite, silenciosa, de pensamentos secretos; os meus .Quando se faz presente ao toque, me transporta. Eu sei. E. neste instante de solidão, serei a tua testemunha. Teu silêncio. Teu gozo. Tão fragilmente teu segredo,quanto és para para mim, meu desejo.

abril 07, 2012

Passaporte

To aqui, discretamente dilacerada, duvidando de todas as verdades e posturas. To aqui, achando a quem pertence a tal culpa de saber ser  ruim. E ainda acreditando que  se eu fechar os olhos   vai passar. Coisas de quando menina, ainda que num ato de carinho, me desensinaram a enfrentar. Fico fazendo  milhões de outras coisas como se no final de tudo  nada daquilo me pertencesse , nem mesmo aquilo que é meu. Não quero mais carinho  desses que  acontecem parecendo um ato de  pena, fragilidade. Quero abrir  a boca, o peito  os olhos  a janela e respirar. Quero nascer desse suspiro, desse alivio, desse rompante.Quero sentir  como são as tristezas,a s alegrias, o tesão, o beijo, o abraço, a saudade, o encontro, o brilho do olhar. Quero aquela sensação de conforto de alma, de paz.Quero pouco  do mundo , mas quero inteiro.Quero ser  romântica e brega, extravagante e única, sensível , forte, tudo a cada tempo, tempo exato, tempo meu.

abril 04, 2012

Permissão

Permissão para ser
Permissão para viver
Permissão para sentir entre os braços e lábios
Permissão para permitir
Só um Pouco 
Quase muito
Infinitamente tudo
Permissão

Desnudar prédios, parques, ruas, avenidas
Desnudar vestes, vozes, amanhãs

Permito
Permite
Pensamos

abril 03, 2012

Para o Crime

Me chame para o crime, estou pronta e armada
Meias arrastão, sobretudo, botas
Olhar incendido, doce
Lábios carmim, calados
Mãos lépidas
Andar compassado
Me chame para o crime se souber arriscar.
Se souber querer
Se souber...

abril 01, 2012

Noite sem fim


O que se espera
O que se sente
O que se pisa
O que se lambe
Em que se arranha
Em  que acanha
porque se descalça
saliva a falta
da saudade deslizando
estampa palavra
vitrines
escadas
a espera,
se espera sentada,
vazia
cansada
noite sem fim

Dias

Há dias de existir num fio de vento.Onde seu sopro é o corrimão do tanto que gostaria de alcançar. Há dias de existir em braços de calor, corrente de sangue quente.Há dias de sentir lábios, de existir assim. Existir pra mim

Intacta Retina

É a cristalina intacta retina, que não muda o que vê. Subtrai-se do que se sente, e no filtro, passa apenas aquilo que é puro e verdadeiro.As mentiras confortáveis que se cuidem. Hoje minha alma dança solta. Abraça o corpo para carrega-lo livre!

Diário de Mulher *

Nunca fui mulher morna. Em nenhum sentido. O que aprendi da vida e na vida até agora é que tudo tem sua razão de ser, e viver é eternamente aprender, sempre com coragem. Coragem é algo que compartilha da humildade. Sim, pode parecer estranho, mas é a mais pura verdade. Nos tornamos fortes quando reconhecemos com humildade nossos limites, nossas fraquezas, nossas deficiências. Nos culpamos por covardia. Meu tempero é saliente. Meu gosto é permanente, ele fica. Não busco apego. Quero só um dia de cada vez. Fazemos tanto, e desse tanto o que mais temos é o que os outros enxergam de nós, o que vestimos, o que temos, como vivemos, para que afinal "servimos". Atualmente eu "sirvo" meu lado mulher. 

Esse...

É esse tom
esse som
esse olhar
é esse vício
esse início
esse sonhar
é essa mão que atravessa
esse corpo que espera
essa boca por chegar
esse suor que abriga
essa vontade continua
de outra vez
morrer
viver
matar
no tom, no som, no olhar
desmaiar

Importancia

Não importa a constância
Importa a importância
Não importa a estampa
importa a trama
Não importa a presença
Importa a lembrança 
Importa a importância da maneira como a qualificamos, conhecemos, reconhecemos e se dermos sorte de te-la por perto vez por outra para sentir o compasso do coração , perfume d'alma, o brilho do olhar no abraço, ai sim, contar uma história leal,vale muito!

Moldura

Não preciso de um quadro. Só da moldura.
Ela sim, vai guardar todas as imagens que eu quiser
Em todos os cenários que elas existirem, até mesmo, nos imaginários. Sim, porque estes, os imaginários também fazem parte da nossa construção, dos nossos objetivos, dos nossos sentimentos.Quero as molduras.

Sintomas

Sintomas
Bem perto do silêncio está a confissão
Essa surdez enganosa
Essa mudez
Essa cegueira
E se o tato não tem alcançado
Tudo fica assim, permanece assim, feito ar
de todos os dias, de todas as noites, solto

Intangível

março 08, 2012

Apenas selvagem

Queria te conhecer. Queria saber mais de ti, medos, desejos, algo que me desconsertasse, algo que me surpreendesse. Qualquer coisa que pudesse nascer ou renascer. Ainda que seja um desconhecido a minha metade oculta te aceita assim. Nessa escuridão, nesse vão, projeto de desafios. Segredos confessos, obscenos, vaidades, que se desnudariam com palavras, olhares, ainda guardados. Queria te conhecer selvagem, não agressivo ou defensivo, apenas selvagem. 

março 06, 2012

Diário de Mulher

Andando pela cidade e observando as pessoas. Seus semblantes sempre tão preocupados, distantes, quase nunca se vê uma expressão de alegria ou parte dela. Dificilmente um sorriso, ainda que encoberto. Todos buscando apressados o que  não se sabe direito, nem o que nem o porquê; apenas que tem que ir, chegar.  E depois, das horas corridas do dia, no final ao voltar ao se perguntar o que finalmente trouxe, certamente  não saberiam responder. Precisamos de tão pouco para viver e ser feliz, mas nos ensinaram que isso era insuficiente, e quase todos de nós não questionou. Simplesmente aceitou. E quando ando pela cidade vejo  que toda  moderna forma de se viver, tecnologia, descobertas, não suprem o que de mais simples nos estrutura. Conforto é muito bom, reconheço e gosto também.Só que até então não tinha podido definir e discernir de tantas composições e atrações agregadas a ele. Alguns lugares, infra estruturados, completos, ambiciosos, confinam nossos sorrisos.

fevereiro 25, 2012

Trilhas

Quando te vi a primeira vez, na verdade não vi. Não procurava nada, não queria nada além do que já existia. Muito embora, no meu intimo sempre estivesse em busca de algo ou alguém que pudesse me transpor. Não fiz nada, não disse nada, nem olhei  com olhar faminto de quem não se limita para viver. E viver significa se dar, Não apenas no sentido carnal. Esse é feito, efeito e se desfaz. Mas se dar ao se permitir sentir, viver , destemidamente alguém, que alimente a vida nos instantes em que puder fazer pulsar. Hoje sei que não queria que te visse de verdade. Ainda que deixasse escapar em alguns momentos a vontade voraz que eu te descobrisse, provocasse, desafiasse até que não pudesse mais, até que não pudesse mais e nem mesmo quisesse impedir. Como dizem , veneno e remédio  são  distintos pela dose. De todas as vezes fomos nossos  opostos. Desde a primeira vez que te vi esteve comigo e eu estive com você. Imagino que  às vezes, possa ser difícil ser o não constante. Já nem vejo mais como uma  saudade. É verdade que alguns momentos me pergunto o por que. Penso em algumas possibilidades que jamais vou rer certeza, até mesmo porque acredito que nem você mesmo tenha a resposta da qual acredite ser a razão. Desta maneira, continuamos paralelamente em silêncio, quem sabe evitando um desencontro maior, quem sabe perdendo um ao outro.

fevereiro 22, 2012

Defenda-se

Para sentir pulsar. Arder pelo ar que invade e preenche, assim, latente, ritmar, controlar, pulsar. Movimentos sequencias, ir e voltar, respirar. Nada além do que o estar. Estar inteiramente, desprotegidamente. Faz tempo que não se sente livre? É quase impossível desprender das censuras, ignorar as covardias, reconhecer a audácia da provocação, a luxuria. Faz tempo que não se sente livre porque o mundo é incompreensível de seus defeitos, inquisidor de suas atitudes até mesmo das limitadas,supostamente sensatas. Defenda-se.

fevereiro 21, 2012

Medo

Esses  dias eu tive medo. Muito medo. Medo de tudo  e medo de ter medo. É complicado identificar fatores e continuar impotente diante deles. Ainda penso se a realidade é o que  sentimos ou o que vivemos.Quem sabe talvez seja apenas aquilo que acreditamos saber.Não. Não estou  fora da minha faculdade mental. Não há diagnostico de insanidade. Antes fosse. Saberia assim que nada é mais real do que a falta absoluta de razão.Todos os dias  há uma invenção, inversão, imersão, infusão e uma incalculável sensação de incerteza. Descobri que tive medo todos os dias da minha vida. E vivi enganando eles todos com medo deles

fevereiro 14, 2012

Pintura

Era o cheiro do capim molhado. Era aquele cheiro de nudez. Era  o vento que soprava os dourados e distribuía assim, luz no  sorriso e no olhar.Éramos nós.Puramente.Esparramados entre os braços.Quase tudo ficou ali, marcado no chão, com o peso dos nossos  corpos. Assim, feito uma pintura, uma tela sem autoria reconhecida. Só mesmo uma tela. Linda.Infinitamente, linda.

fevereiro 13, 2012

Um amor

Por que veio?
Para ter você.
E agora, por que fica?
Para ter você.
E quando for embora, o que será de mim?
Será você, outra vez.
E por quanto tempo vai ficar?
Pelo tempo que me permitir que fique.
Se eu quiser, será para sempre?
Para sempre é muito tempo, mas talvez por um bom tempo. Um tempo que dure o necessário.
E o que é o tempo necessário?
É o espaço entre o desejo e a angústia.
Existirá sofrimento?
O sofrimento é uma consequência, mas não necessariamente da partida. Pode existir na relação.
E se eu quiser evitar o sofrimento?
Não permita que me aproxime e te envolva.
Como fazer isso?
Anule seus sentimentos.
Me abster?
Sim.
E não é também uma forma de sofrimento?
É.
Quais opções eu tenho?
As que você puder suportar.
E como vou saber?
Me deixe ter você.
E se eu não suportar?
Terá  vivido um amor.




fevereiro 12, 2012

Mulher

Todas as vezes em que me transformo, não mudo. Todas as vezes que disse algo que pudesse parecer mais forte, era verdade. Naquele momento era a mais pura verdade.Assim como a transformação também é. Existe uma diferença de culpa e credibilidade quando se diz o que sente. Ninguém ao dizer impõe o sentimento perpétuo entre a voz e as palavras. Só deseja ali, e talvez, outra vez ali mesmo. Quem sabe se todos os dias serão ali ou  virão dali. Não se sabe. O que se pode fazer é acreditar.Uma mulher se transforma em muitas.Voce tem aquela quiser e  puder sentir quando a tiver de verdade.

fevereiro 05, 2012

Biblioteca

Romance.Encontro.Desencontro.
Uma mágoa, soluços no pranto.
Um sorriso, um acalento do seu tamanho.
Leio um trecho do livro que escrevo.
Um esboço de cena
Tudo certo no final
Tudo errado afinal
Não era assim.
De todos os títulos na lombar do livros
O que sempre me cai as mãos
é aquele pelo qual me faltam as folhas finais
Não sei como iniciou, não sei como terminou.

A sós

Mas a verdade sobre aquele dia, não é a minha vaga e suposta como se imagina. 
A verdade daquele dia é o que   uniu as meias verdades tuas e minhas. 
É, era presumível que para  suportar foi preciso mentir. E então a mentira daquele dia, desnudou um pouco de nós. E entre as verdades e mentiras ficamos assim, a sós. Eu a sós com a minha verdade, e você a sós com a sua mentira.

fevereiro 03, 2012

Tudo que tenho, navalha

Me falta peito, me falta fome, me falta juízo deste mesmo que excede em alguns casos. Me falta força, me falta raça, me falta ânimo.Tudo que tenho é sentido.
Ora fraco, hora fortalecido. Tudo que eu tenho é desejo
Ora forte, hora desmedido. Tudo que eu tenho é o mundo.
Que ora me cabe solta, ora não me cabe nem mesmo espremida
Não há rima, nem soneto. Não há vezes de entretenimentos
Há o que se vê, experimenta e passa
Ora vontade de nada
Ora abraço na alma
Ora um frio que corta
Ora um vicio que amarga
Uns dias muralha
Uns dias poeiras
Não estou
Eu sou
Navalha

fevereiro 02, 2012

A Reza

Pensamento longe. As pontas dos dedos  passam de leve  no canto da boca e no lábio superior. A saliva envolve, e a língua  umedeci o lábio inferior. O olhar está ditando com  gana onde neste momento o corpo rezaria. Era no teu. Só confesso se me arrepender, porque então se transforma em pecado, antes disso, não.
É somente um delírio, quem sabe uma  vontade perdida no pensamento.

fevereiro 01, 2012

O depois


No sexo há tesão,desejo ardente, paixão. As palavras significam pouco ou quase  nada em relação ao comportamento de sentimentos, a não ser no sentido do prazer do exato momento. Momentos esses sem nenhum pudor, nem constragimento.Quando os corpos se encontram e nus trocam carinhos, permitindo que se excitem de todas as maneiras que há, com todos os sentidos que conhecemos é como se deslocassem  partículas de receios, uma a uma, e nunca tivesse que existir o depois. O depois, tempo que  muitos se deixam confundir; os que sentem e os que pensam que foram sentidos.A poesia está no afeto, no sexo  há satisfação.

janeiro 29, 2012

Silêncio

Era o teu olhar. Descompassou o meu. Seguido daquele silêncio que faz caber quase tudo num instante. Eu achei tão lindo. Depois vi o sorriso que fez meus lábios tremerem. E outra vez o silêncio. Senti o calor da tua pele colando na minha, a pressão das tuas mãos determinando sobre as minhas, e o silêncio também. Senti o teu gosto, teu gozo, teu infinito em mim, tudo, no silêncio outra vez. E o silêncio hoje é apenas o silêncio. A loucura do vazio, a insensatez do tudo. O silencio está hoje sem você.  Buscando os sons que nos faltam.

Aflição

Ainda em desespero de livrar-se da vontade, do pensamento que persegue o que já não alcança mais. Aliás, não se alcançou jamais. Sentiu ardendo nas veias, na secura da boca, no envolvimento, na fantasia do momento e só. Abre e fecha os olhos. Inspira e expira, às vezes transpira. Não arrasta nem atravessa, fica. Pede em nome de qualquer força que seja maior que a ausência, que supra o  peso do orgulho e finalmente desfaça esse desespero de querer não querer.

janeiro 20, 2012

Sede


Há latência no corpo. Sede para saciar.Arrancar da pele o suor, sentir o sal  na língua e rastrear os poros, busca incessante pelo caminho da  transformação. Do lado do avesso, no centro, transparecendo, refletindo  no cristal do olhar, os lábios entreabertos, as mãos se apertam, escorregam pés, costelas. A nuca transpira.Sons que não se traduzem, movimentos. Tudo se completa devagar. Expressão, única  ainda que de muitas iguais, não se misturam, não se copiam. Sede.

Num daqueles dias

Num daqueles dias que a gente não se cabe. Num dia daqueles em que o abraço é o afago. Num dia daqueles que o beijo fica longo, arrepia; que os olhos teimam em ver tudo pelo lado lânguido, e o corpo não rejeita esse capricho. Num  daqueles  dias que a fusão, vem arfante. Rendição. Num daqueles dias, que é tão necessária  quanto absoluta a tua voz na minha nuca.

janeiro 07, 2012

Sem pedras

Se aconchego no peito as marcas dos desprezos é porque da vida, só sei viver o que sinto. Se alinhavo e descosturo dos teus braços os beijos, nos abraços o chamego e depois a cama vazia , é porque ainda não me livrei do teu peso.O tempo que  varre o chão, dançando as musicas que já nem ouço mais, são passagens, lugar pra viajar e voltar.Um dia não vai existir, dissolverá. E então no peito só se verá um coração, sem pedras.

janeiro 04, 2012

Cerne

Ela vinha. Acho que foi depois daquele último cigarro queimar entre seus dedos. Alternava com os passos equilibrados no salto fino e os goles etílicos, no copo que segurava com a  mão direita. Ordenar voz, palavras e pensamentos ficava distante do esforço que podia fazer. Só dizia. E disse tanto, que quase não restou  verdade pra continuar. Sem nenhum critério de pudor entre o que amava e odiava, queria e evitava, disse. Não que lhe faltasse consciência. Isso é como  se desculpam. Sobrava-lhe  realidade. Lavou a alma. Misturava riso, sorriso e lágrimas, mas tudo era de uma razão só. Falou sobre alma, tesão, coragem, ousadia, medo, solidão, afeto, lembrança, desejo, e no final, antes de desfalecer pelo cansaço do desabafo, suspirou  longamente enquanto seus olhos, pesados, venciam a claridade da manhã.

Bem querer

Talvez eu me despeça. Ensaie um adeus, ou quem sabe ainda simplesmente continue caminhando. Talvez eu jamais saia do lugar comum, das pieguices de dizer e sentir, transformar em carinho, toque e olhar, o que alguns afirmam viver em felicidade. Mas talvez eu faça isso tudo com alguém, numa troca improvisada. Dai, talvez eu fique, sinta, ou quem sabe ainda simplesmente viva um  bem-querer.

janeiro 03, 2012

Regurgitar

Era o gelado da alma no brilho dos olhos vista da linha horizontal. Da agonia ao luto de não encontrar a parte que falta; a mão que segura  na voz que conduz. O Sentir. Sem o colo dos teus braços e nua, sem pressão, temperatura. Regurgitei sonhos. Segui vaga, vazia, ecoada em ti. Presente desfeito de vida, angústia crescente de paladar amargo. É isso. Não há núcleo na ausência. É a minha permanência que sobrevive ao teu veneno. Guarda. Que tivemos bêbados, encantados. 

janeiro 01, 2012

Descoberta

Sentiu todos os músculos se retorcerem. Sentiu a aproximação, o disparo no peito, a ardência da saliva.  Pensou que ainda continuaria assim.  Seu pensamento buscou a lógica para o contrário dos seus sentidos. Reverso do que esperava sentir. Sem lógica, sem continuação. Era só um ponto comum, ou simplesmente o vazio. Significado desacorrentado. Nenhum luxo, nenhuma luxúria, nenhum propósito. Desconfiou ter partido, e que seus pensamentos eram, agora, apenas resposta ao esquecimento.

Instigante... é sobre desvendar o perigo imaginar o gosto  o poder da persuasão ao movimentar o corpo  pulsar, trocar de lado, de ato, sobre...